A declaração de uma atriz Alexia Deschamps, convidada para participar da audiência pública de discussão sobre a regulamentação da vaquejada, causou revolta na bancada nordestina da Câmara dos Deputados nessa terça-feira (25). Convidada pelo deputado Ricardo Izar (PP-SP), a atriz se virou para os participantes da audiência e mandou que se calassem. Segundo relatos, ela disse que financiava o pagamento do programa Bolsa Família para os nordestinos.
“A convidada se virou para os vaqueiros que ali estavam e disse para que eles calassem a boca porque ela pagava o Bolsa Família do nordestino. Esse ato de preconceito não é apenas contra os vaqueiros, mas contra nós da bancada do Nordeste”, reclamou no plenário o deputado Domingos Neto (PSD-CE), que pediu à Procuradoria da Câmara que tome providências contra a atriz. Outro deputado a se indignar com a convidada foi Pedro Vilela (PSDB-AL), que chamou a postura de Alexia de repulsiva e inaceitável. Para o tucano, a atriz cometeu crime de racismo. “Nenhum brasileiro pode ser vítima de preconceito”, disse no plenário.
Além de preconceito, a audiência também foi marcada por tumulto e briga entre os defensores da prática difundida no Nordeste e os defensores da causa animal. Enquanto vaqueiros faziam protesto na Esplanada dos Ministérios – com direito a cavalos espalhados no gramado central – deputados batiam boca nesta tarde na reunião conjunta das comissões de Esporte e Meio Ambiente.
Um dos embates envolveu os deputados Ricardo Tripoli (PSDB-SP) e Vitor Valim (PMDB-CE). Durante sua participação na audiência, o tucano disse que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou inconstitucional a lei cearense que regulamentava a vaquejada naquele Estado não podia ser contestada e sim cumprida Tripoli destacou que a medida foi necessária “para que não se chegue no rodeio”, por isso era bom “que se pare por aqui”. “Vamos parar por aqui para não chegar no rodeio. É para defender o rodeio, é isso? Seja homem, rapaz”, interrompeu o peemedebista
Enfurecido, Tripoli – conhecido por defender a bandeira da proteção animal – deixou a mesa de trabalhos e foi em direção a Valim tomar satisfação. “Seja homem”, provocava Valim, que é defensor da vaquejada. “Eu dou na sua cara, seu moleque. É um babaca, um moleque”, retrucou Tripoli fora do microfone. A sessão foi suspensa para que os ânimos fossem acalmados.
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