Um estudo feito na Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, e publicado na última sexta-feira, afirma que os seres humanos se relacionavam sexualmente com outras espécies de hominídeos no passado. Isso pode ajudar a descobrir detalhes da evolução do homo sapiens, assim como descobrir uma espécie “fantasma” que ainda é um mistério para os cientistas.
“Parece que o cruzamento entre diferentes espécies de hominídeos não era exceção – era norma”, diz Omer Gokcumen, professor assistente de ciências biológicas na Universidade de Artes e Ciências de Buffalo.
Os humanos, homo sapiens, são apenas uma das espécies de hominídeos. Todas as outras espécies estão atualmente estão extintas.
No estudo, os cientistas conseguiram pela saliva perceber que existe um crescente número de evidências de que um encontro sexual entre esses diferentes tipos de espécie arcaicas de humanos pode ter sido muito mais comum do que se poderia imaginar. E este encontro pode ter contribuído com material genético para pessoas que vivem atualmente na África Subsaariana.
“Nossa pesquisa traçou a evolução de uma importante proteína de mucina chamada MUC7 que se encontra na saliva”, explicou Gokcumen.
“Quando analisamos a história do gene que codifica a proteína, vemos a assinatura da mistura arcaica nas populações africanas modernas”, adicionou ele.
A pesquisa analisou material genético de 2.500 pessoas. E o mais notável foi ver que o código genético de pessoas da África Subsaariana tinham versões bem diferentes do restante do mundo – indicando essa mistura de espécies, há cerca de 150 mil anos.
Os estudos indicam que uma espécia “fantasma” – chamada assim pois até hoje não foram encontrados fósseis dela – pode ter contribuído geneticamente para a evolução do ser humano como se conhece hoje.
“Baseado na nossa análise, a explicação mais plausível é que a extrema variação é uma introgressão arcaica – a introdução de material genético proveniente de uma espécie ‘fantasma’. Pode se uma espécie que conhecemos, ou uma que ainda não foi descoberta.”
A pesquisa foi publicada em 21 de julho na revista Molecular Biology and Evolution. O estudo foi liderado por Gokcumen e Stefan Ruhl, professor de biologia na Universidade de Buffalo.
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