operadora de telecomunicações Oi está acelerando os investimentos para reverter a tendência de retração do faturamento observada nos últimos anos e espera retomar o crescimento das receitas a partir de 2021, disseram nesta quarta-feira executivos da companhia, ainda em processo de recuperação judicial.
“A receita está conectada aos subinvestimentos nos últimos anos, então estamos investindo mais agora e isso será chave para reverter essa tendência… Esperamos estabilização em 2020 e começar a crescer em 2021”, afirmou o diretor de finanças e relações com investidores da Oi, Carlos Brandão, em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre.
No fim da noite de terça-feira, a operadora divulgou um prejuízo líquido aos acionistas controladores de 3,359 bilhões de reais, cifra 65,7 por cento maior que a apurada um ano atrás, com queda de quase 8 por cento na receita e piora no resultado financeiro.
Por volta das 12:35, as ações preferenciais da Oi recuavam 4,4 por cento, mesma magnitude da queda das ordinárias.
Em relatório, a equipe do Bradesco BBI liderada por Fred Mendes considerou o resultado fraco, destacando que o sólido controle de despesas foi ofuscado pela retração da receita líquida.
“De modo geral, os resultados vieram abaixo da expectativa, conforme o sólido controle de custos não foi suficiente para compensar o declínio da receita. Contudo, ainda vemos a Oi como uma história movida por eventos, com o principal impulso para a ação ainda sendo a aprovação do novo marco regulatório das telecomunicações (PLC79), que esperamos que aconteça na primeira metade de 2019”, escreveram os analistas.
Ainda no balanço, a Oi sinalizou planos de acelerar os investimentos para 7 bilhões de reais em 2019, o que, se confirmado, ficará 14,5 por cento acima dos 6,112 bilhões de reais desembolsados em 2018.
“Demos os primeiros passos na reestruturação da companhia, concluindo nos primeiros dias de 2019 o aumento de capital que injetou 4 bilhões de reais em nosso caixa para acelerar o plano de investimentos”, comentou o diretor presidente da Oi, Eurico Teles.
Segundo os executivos, os desembolsos serão direcionados principalmente ao projeto de fibra FTTH para oferecer banda larga de alta velocidade, além da cobertura móvel 4G e 4.5 G. “Os benefícios do projeto de fibra (FTTH) não se limitam ao residencial..Também será chave para B2B (corporativo) e para o 5G no futuro”, disse Brandão.
O grupo vê potencial para atender 9,4 milhões de residências via rede FTTH com infraestrutura existente e espera adicionar 200 mil residências por mês este ano, acrescentou.
Questionado por analistas sobre os estudos para venda de ativos não essenciais, o diretor financeiro afirmou que a companhia atualmente discute com o Bank of America Merill Lynch todas as opções em potencial e que, até o presente momento, não há qualquer decisão tomada.
“Estamos no meio do projeto e, como é nosso dever, estamos discutindo todas as alternativas possíveis para maximizar nosso retorno”, disse Brandão.
Ainda de acordo com ele, a retomada do controle do conselho de administração da Unitel pela Oi “revigora” a possibilidade de venda da participação na companhia angolana, embora o processo deva levar algum tempo.
Em 19 de março, a subsidiária da Oi, PT Ventures, indicou dois dos cinco membros do novo conselho eleito. Um deles também exercerá o cargo de diretor geral da operadora angolana.
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