Segundo dados do IBGE, homens brasileiros vivem em
média sete anos a menos que as mulheres e têm mais
doenças do coração, câncer, diabetes e colesterol, além de –
historicamente – serem menos cuidadosos com a saúde.
Há ainda as doenças e condições tipicamente masculinas –
que – apesar de atingirem um número maior de brasileiros –
também possuem tratamentos cada vez mais acessíveis e
modernos no país. Estima-se que até 70% dos homens
apresentam problemas para urinar.
O especialista José Anacleto Dutra de Resende Júnior,
médico urologista e pesquisador da UERJ indica as
condições que mais afligem os homens e o que a medic
na tem feito para a melhorar a saúde masculina.
HBP
A hiperplasia benigna é a doença mais comum da próstata e
atinge cerca de 80% dos homens com mais de 50 anos,
aproximadamente 14 milhões de brasileiros. “A HBP está
relacionada ao crescimento anormal da próstata, que
comprime a bexiga e obstrui parcial ou totalmente a uretra,
prejudicando o fluxo da urina. É uma doença silenciosa
que
causa vontade constante de urinar e pode provocar, em
casos mais raros, infecção urinária e insuficiência renal”,
explica o especialista.
Atualmente, é possível tratar a doença de forma
minimamente invasiva, utilizando terapia com laser verde
para diminuir o tamanho da próstata. O procedimento é
mais
efetivo e apresenta menos sangramento e riscos ao
paciente, reduzindo o tempo de recuperação e internação
quando comparado à cirurgia tradicional.
Incontinência Urinária
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum
entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-
melanoma. Seu tratamento – a prostatectomia radical – é
bastante conhecida no país, mas a solução dos efeitos
colaterais da retirada da próstata – como a incontinência
urinária – ainda causa dúvidas.
Estima-se que 4% dos homens que retiraram a próstata vão
apresentar incontinência urinária de forma crônica, quando
os músculos esfincterianos perdem sua capacidade de reter
a urina. Para casos graves é indicado a colocação do
esfíncter urinário artificial – uma prótese que substitui o
mecanismo natural de continência. “O esfíncter urinário
artificial é o padrão ouro para o tratamento da incontinência
urinária masculina pós prostatectomia. No Brasil, o
tratamento efetivo já tem ajudado milhares de homens a
voltar a rotina”, explica o especialista.