quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Criança de 10 anos está entre os possíveis casos suspeitos de coronavírus no RN



Uma criança de 10 anos de idade está entre os três casos suspeitos de Covid-19 em investigação no Rio Grande do Norte. A doença é causada pelo novo coronavírus. Além da criança, que é do sexo feminino, há outras duas mulheres em observação – uma de 28 anos e outra de 45.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), as três apresentam sintomas gripais leves e vieram de locais com surto de coronavírus. A criança esteve em um cruzeiro que passou por Hong Kong, na China e as outras duas mulheres estiveram na Itália.
A criança já era observada pelas autoridades sanitárias desde sexta-feira (21), quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) transmitiu a informação para a Sesap de que a menina esteve em um cruzeiro que passou por Hong Kong. O caso virou suspeito após a criança apresentar coriza.
Já a mulher de 28 anos procurou um hospital particular para relatar os sintomas. Depois disso, ela foi encaminhada para o Hospital Giselda Trigueiro. A de 45 anos foi diretamente ao Giselda nesta quarta-feira.
A informação divulgada anteriormente pelo Agora RN, de que uma idosa estava entre os casos suspeitos, foi negada pela Sesap.
A Secretaria de Saúde reforçou que ainda está “apurando os fatos” para determinar se os casos são suspeitos de coronavírus. Para se enquadrar em tal categoria, é necessário que outros critérios sejam atendidos, como não enquadramento em outras doenças, como gripe comum.
O médico infectologista André Parente, diretor-geral do Hospital Giselda Trigueiro, de Natal, explicou que, como as pacientes apresentam sintomas leves, todas estão em isolamento domiciliar. Elas usam máscaras e terão de adotar uma série de procedimentos para evitar o possível contágio para outras pessoas, como lavar as mãos com mais frequência.
Amostras de sangue das três pacientes foram recolhidas e serão submetidos a exames laboratoriais. Os resultados devem ser divulgados em até 24 horas.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso da doença no País. Trata-se de um paciente de 61 anos, morador de São Paulo (SP), que viajou à Itália entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Além dele, havia no fim da manhã outros 20 casos em investigação e 59 suspeitas já foram descartadas.
A Itália tem registrado um surto da doença desde o fim da semana passada, com 374 casos confirmados e 12 mortes. Já na China, epicentro do surto, já são mais de 78 mil casos confirmados e 2.718 mortes.
Ala de isolamento
A Sesap montou no Hospital Giselda Trigueiro, no bairro das Quintas, na Zona Oeste de Natal, uma enfermaria com 25 leitos para o atendimento de possíveis casos coronavírus diagnosticados no Rio Grande do Norte. Além dele, também foi designado o Hospital Maria Alice Fernandes, na Zona Norte, para atuar na retaguarda para o tratamento de possíveis doentes.
Ministro descarta restrição a viagens
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, descartou dificultar a entrada de estrangeiros no Brasil como uma das medidas para conter o avanço do coronavírus. Ele comparou a Covid-19 a uma gripe comum e lembrou que a taxa de letalidade é relativamente baixa (próximo de 2%).
“Perguntaram-me por que não fechar [as fronteiras]. Isto não existe. Não tem eficácia nenhuma. Esta é mais uma gripe que a humanidade vai ter que atravessar. Das gripes históricas, esta tem letalidade menor e tem uma transmissibilidade similar à de determinadas gripes que a humanidade já superou”, acrescentou o ministro.
“Nosso sistema já passou por epidemias respiratórias graves, como a do H1N1, e vamos atravessar mais esta situação investindo em pesquisa e na clareza de informações”, pontuou.
Segundo o ministro, que é médico, as formas mais eficazes de o país evitar a disseminação da doença são dotar a rede de saúde nacional da capacidade de identificar e testar os casos suspeitos rapidamente, e, em caso positivo, adotar os procedimentos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo ministério.
Além disso, a população deve intensificar os cuidados recomendados para qualquer tipo de gripe, como evitar aglomerações desnecessárias.
“O brasileiro precisa aumentar o número de vezes que lava as mãos e o rosto com água e sabão ao longo do dia. Este é um hábito extremamente importante, não só para evitar problemas respiratórios, mas também outras doenças”, afirmou o ministro, recomendando que as pessoas também evitem compartilhar copos e outros utensílios que possam transmitir o vírus por meio da saliva.

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