quinta-feira, 24 de março de 2016

Mercado de vinhos na Semana Santa se mantém em alta em Natal

 a prática de ingerir várias doses de bebidas alcoólicas em um curto intervalo de tempo, também conhecida como binge drinking, aumenta a prevalência de comportamentos de risco (Foto:Marcos Santos/USP Imagens)
Aumento nas vendas no mercado natalense de vinhos é de 20% a 50% na Semana Santa (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
Apesar de o vinho se manter entre os produtos tradicionalmente procurados pelo consumidor na Semana Santa, as vendas têm enfrentado dificuldades tanto pela crise econômica no país, quanto pelos recentes reajustes aplicados por governo federal e estadual em tributos que incidem sobre a bebida. Não bastasse isso, a variação do dólar também tem influenciado no preço final em função de parte dos produtos serem importados.
Nos dias que antecedem a Semana Santa deste ano, houve aumento na procura de vinhos, segundo empresários do ramo entrevistados pelo portalnoar.com. O crescimento na demanda varia entre 20% e 50% em relação aos outros meses, porém os apreciadores da bebida potiguares resolveram economizar neste ano.
Como alternativa, as lojas procuram disponibilizar produtos dos mais variados preços e de várias regiões do mundo. Produtos sulamericanos, europeus e mesmo do Líbano e Austrália, além de nacionais, para atender aos vários tipos de consumidor.
É o caso da Magazzino Vinhos & Cozinha, que oferta produtos dos mais variados preços e de vários países como alternativa para manter as vendas.
“Tradicionalmente temos um aumento de vendas nessa época do ano com um aumento de 40 a 50% em relação ao resto do ano”, afirma Verônica Chianca, sócia-administradora da empresa de 15 anos de atuação no mercado natalense. Ela, contudo, admite. “Percebemos uma pequena retração este ano.”
Tributos
Em dezembro de 2015, o governo federal passou a aplicar um novo modelo de tributação para vinhos, espumantes, uísques, vodcas, cachaças, licores, sidras, aguardentes, gim, vermutes e outros destilados. Os vinhos nacionais, por exemplo, que tinham um Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) de R$ 0,73 por litro (teto do IPI naquele sistema tributário), passaram a pagar uma alíquota de 10%. Além disso, a medida também passou a valer sobre os importados, segundo os empresários.
(Foto: Reprodução/Google Street View)
Magazzino tenta diversificar produtos e preços para manter clientela (Foto: Reprodução/Google Street View)
Para completar os reajustes tributários, a nível estadual as alíquotas do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) foi elevado de 25% para 27%, para bebidas alcoólicas, entre outros produtos.
“Estamos sendo afetados pela crise, pela política tributária aplicada pelo governo e pela variação cambial do dólar. Temos que nos virar para tentar repassar o mínimo possível para o preço do produto”, afirmou Verônica.
É o mesmo destaque que faz Luiz Montanares, que é sócio da Canessa & Montanares, distribuidora de vinhos que há quase quatro anos atua em Natal. “Com as últimas medidas tomadas pelos governos federal e estadual estamos tendo de correr atrás”, disse.
A empresa, segundo Montanares, até segurou suas vendas, mas não deixou de sentir os impactos do cenário econômico brasileiro. Não houve aumento significativo de vendas em relação ao ano passado.
“Os vinhos mais caros estão sendo menos procurados, as pessoas estão procurando pelos vinhos mais baratos, o que deixa nossa situação mais ou menos igual ao do ano passado”, explicou o sócio e diretor comercial.
Câmbio
Por influência do câmbio, com o real desvalorizado em relação à moeda norte-americana, a Páscoa deste ano está 15,17% mais cara do que no ano passado. A estatística é de pesquisa divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).
A taxa supera a inflação acumulada nos últimos 12 meses até fevereiro deste ano, que atingiu 10,37%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV. O Ibre estima que itens importantes da Páscoa e que são importados como vinho, azeite e bacalhau, estão no mínimo 25% mais caro do que no ano passado. O vinho deve ficar cerca de 28% mais caro, o azeite, 25% e o bacalhau, 30%.

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