O
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) decidiu abrir
investigação contra a montadora de veículos alemã Volkswagen após o
estouro do escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes nos
Estados Unidos.
O órgão ambiental afirmou em nota
publicada no fim da quinta-feira que as acusações são um “caso
gravíssimo” e poderá impor multa de até R$ 50 milhões contra a montadora
e convocar um recall para corrigir o problema.
“O Ibama iniciou investigação para
verificar se a fraude apontada nos EUA estaria sendo cometida no Brasil.
A Volkswagen será notificada nesta sexta-feira a prestar
esclarecimentos”, diz o órgão ambiental, sem dar mais detalhes.
A Volkswagen admitiu na terça-feira ter
equipado 11 milhões de carros em todo o mundo com um software de
manipulação de dados de emissões de poluentes. O sistema reconhecia
quando um carro estava sendo verificado em um centro de testes, mudando o
motor para o modo de economia e injetando produtos químicos para
reduzir as emissões, a fim de registrar nos testes resultados inferiores
aos observados em condições normais de condução. O caso foi descoberto
nos Estados Unidos, que também anunciaram a abertura de uma investigação
penal.
No Brasil, o veículo de passeio a diesel
comercializado pela Volkswagen é a picape Amarok, que desde 2010 teve
83.890 unidades vendidas no país. Oficialmente, a Volks informa que não
há carros no Brasil com esse software.
França e Reino Unido afirmaram que farão
testes para descobrir se os veículos nesses dois países contêm
softwares do tipo usado pela Volkswagen nos EUA para enganar testes de
emissões de poluentes. A Comissão Europeia instou seus 28 países-membros
a iniciar investigações próprias sobre o caso.
A fraude nos controles de emissão da
Volkswagen pode ser responsável por um volume extra de um milhão de
toneladas de poluição no ar por ano, volume praticamente igual à soma de
emissões de todas as usinas de energia, veículos, indústria e
agricultura do Reino Unido, estimou nesta quarta-feira o “The Guardian”,
apoiado em análises.
O escândalo custou o emprego do presidente da companhia alemã, Martin Winterkorn, que renunciou na quarta-feira.
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