terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

YouTube é culpado por popularizar crença sobre Terra plana, diz pesquisa

Terra (Foto: Pixabay)
Após o Facebook e o WhatsApp entrarem na mira pela disseminação das fake news, parece ser a vez do YouTube ganhar os holofotes por sua parcela de culpa. Segundo um novo estudo, a plataforma é o principal meio de disseminação de teorias de que a Terra é plana e não redonda.
A pesquisa, realizada pela Texas Tech University, entrevistou 30 pessoas que acreditam nessa teoria e que participaram de uma grande conferência anual sobre o tema. Do total, 29 afirmaram que não acreditavam que a terra era plana, mas mudaram de ideia após assistir a vídeos na plataforma. "A única pessoa que não disse isso estava lá com sua filha e seu genro, que viram isso no YouTube e falaram para ele sobre isso", diz Asheley Landrum, pesquisadora que liderou o estudo, em entrevista ao The Guardian.
As entrevistas também mostraram que grande parte do grupo chegou a esses vídeos a partir do mecanismo de sugestões do YouTube. Os conteúdos foram sugeridos após os usuários assistirem a teorias sobre temas como o 11 de setembro e sobre se e a Nasa realmente enviou o homem à Lua. Alguns dos participantes também dizem ter assistido aos vídeos para "desmascará-los", mas acabaram se convencendo de que eram verdadeiros.
Durante a apresentação do estudo, Asheley disse não acreditar que a plataforma esteja fazendo algo errado. Mas se a empresa quiser colaborar para evitar a disseminação desse tipo de informação, poderia trabalhar para que seus algoritmos exibam vídeos mais corretos. “Os algoritmos acabam apresentando informações às pessoas que serão mais suscetíveis a acreditar nelas", disse.
A pesquisadora também destacou o papel dos cientistas em combater a desinformação, publicando vídeos sobre seus trabalhos e oferecendo conteúdo de qualidade para o público. "Sempre haverá uma pequena porcentagem de pessoas que rejeitarão qualquer coisa que os cientistas divulguem, mas talvez haja um grupo no meio que isso não acontecerá", diz ela. 
Questionado pela reportagem, o Google, dono da plataforma, não se pronunciou sobre o assunto.

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