Reportagem de Natália Cancian na Folha de S.Paulo informa que, apesar do foco em homens jovens, a nova campanha de prevenção do HIV divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Ministério da Saúde deixa de citar o público gay, um dos grupos considerados mais vulneráveis à exposição pelo vírus. Até então, esse grupo costumava ser abordado em campanhas anteriores, seja em mensagens, personagens ou imagens com uso de cores em referência à bandeira LGBT no meio da festa de Carnaval.
De acordo com a publicação, a festa, aliás, quase não aparece nos primeiros materiais divulgados pela pasta. Segundo o ministério, a escolha foi por usar peças mais descoladas do ambiente da folia e que abordassem os homens de forma geral de 15 a 39 anos. O governo Jair Bolsonaro (PSL) justifica a escolha a partir de dados que mostram que 73% das novas infecções pelo HIV ocorrem entre homens. Dentro desse grupo, 75% são nessa faixa etária. Dados do último Boletim de HIV/Aids, no entanto, apontam que 53% dos novos casos de infecção por HIV em homens ocorreram entre homossexuais e 9,4% em bissexuais. Os números, porém, não foram citados pelo ministério em apresentação da campanha nesta sexta em Salvador, a qual foi focada apenas em dados de gênero e faixas etárias.
A única menção a gays foi feita pelo ministro Luiz Henrique Mandetta, e em discurso de forma breve. “Não importa a orientação sexual, mas o comportamento de risco que pode fazer do nosso maior Carnaval uma memória triste”, afirmou. A falta de referência ao grupo na nova campanha gerou incômodo em entidades de luta contra a aids e representantes de grupos LGBT, completa a Folha.
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