sábado, 16 de fevereiro de 2019

Vigilante de supermercado mata jovem com 'mata-leão' no Rio

A pós abordagem violenta por parte da segurança de um supermercado no Rio de Janeiro, que resultou na morte do jovem Pedro Henrique Gonzaga, de 25 anos, durante a tarde da quinta-feira (14), o segurança Davi Ricardo Moreira, preso acusado do crime vai responder pela ação em liberdade.
Sua defesa pagou fiança, de valor não revelado, e ele deixou a Delegacia de Homicídios da capital na madrugada desta sexta (15). Ele foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Davi Ricardo foi preso em flagrante após aplicar o golpe em Pedro Henrique, que ficou imobilizado e desmaiou. A ação foi gravada por clientes do supermercado Extra, que tentavam convencer o vigilante a sair de cima do jovem.
Bombeiros foram ao mercado e tentaram reanimar o rapaz. Ele foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde teve uma parada cardíaca e morreu.
O advogado da empresa Group Protection - responsável pela vigilância no supermercado Extra - disse que o jovem tentou roubar a arma do segurança e que mesmo depois de, pelo menos, dois minutos imobilizado, os vigilantes justificaram que o rapaz estaria simulando um desmaio.
"Eles fazem a contenção, retiram a arma e o garoto desmaia. O que se acredita que tenha sido uma simulação naquele momento. O próprio segurança reporta. Ele está mentindo, ele está mentindo, ele está simulando um desmaio como anteriormente havia simulado", diz a defesa.
O delegado responsável pelo caso explicou que o segurança se excedeu na legítima defesa. Disse também que há poucos elementos que caracterizem a intenção de matar e que o vigilante foi imprudente, porque é treinado para esse tipo de abordagem.
A mãe do jovem está muito abalada, pois estava no local e presenciou tudo. Segundo o padrasto do rapaz de 25 anos, ele tinha problemas mentais e era usuário de drogas.
"Tá sufocando ele. Ele tá com a mão roxa. Ele tá desacordado", diziam as pessoas que estavam no local. Outro vigilante chega a tentar impedir a gravação do vídeo.
O padrasto do rapaz prestou depoimento na Delegacia de Homicídios na Barra da Tijuca. A polícia ainda vai ouvir a mãe de Pedro Henrique. O padrasto, os amigos de Pedro e uma testemunha do crime não quiseram gravar entrevista.
O supermercado Extra disse que os seguranças foram afastados e que repudia qualquer forma de violência e está colaborando com as investigações.

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