Quem acordou muito cedo nos últimos dias, seja para trabalho ou por acaso, ficou surpreso com um fenômeno meteorológico que deixou o céu em tonalidade vermelha no Rio Grande do Norte. Desde sábado (5), fotos do ocorrido tem dominado as redes sociais, com potiguares fazendo registros desse fato peculiar e compartilhando com seus seguidores.
Na internet, muitos especulam sobre a origem da ocorrência e a erupção de um vulcão submarino no Tonga, ilha localizada na Oceania, é popularmente apontada como causa. Especialistas explicam que a mudança de coloração se deve a um conjunto de fatores que envolvem a radiação solar e a refração da luz que ocorre ao atravessar a atmosfera, podendo estar associada com gases e poluentes expelidos pelo vulcão.
O professor Weber Andrade, do departamento de Meteorologia da UFRN, revela que a forma de entender o fenômeno tem a ver com o posicionamento do Sol em relação ao horizonte. “Se tentarmos entender a atmosfera como uma pequena camada no entorno do globo terrestre, imagine que você está aqui em Natal com o sol no pico do meio dia, os raios solares vão atravessar uma camada que está em cima da sua cabeça.
No amanhecer ou no pôr do sol, a radiação solar está vindo de forma lateral, perpendicular com a atmosfera baixa da terra, interagindo com os constituintes atmosféricos e refratando a luz, o que pode gerar uma mudança na coloração perceptível”, explica.
Para entender como uma erupção vulcânica na Oceania pode impactar o céu visto no Rio Grande do Norte, a reportagem conversou com o professor Rodrigo de Freitas do departamento de Geografia da UFRN. Ele explicou que existe um conjunto de sistemas atmosféricos de grande escala que fazem esse material circular.
“O vulcão submarino Honga Tonga tem 1800 metros abaixo da água, ele é uma montanha abaixo do oceano e tem apenas 100m acima do nível do mar. Como é uma área de atividade vulcânica, você tem magna extravasando nessa água fria em uma temperatura de 1000 graus Celsius, o que gerou uma grande explosão no dia 14 para15 de janeiro”.
“Após isso, o vulcão joga fuligem e fumaça, muito material particulado na atmosfera. Essas pequenas poeiras interagem com a radiação solar causando um efeito que vai dar essa coloração mais avermelhada logo no início da manhã, porque os raios solares vão percorrer uma distância maior pela atmosfera baixa e isso vai fazer com que haja uma maior refração”, diz.
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