sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Estudante que vendia bombons no ônibus para pagar faculdade se forma em medicina


Nascido em Limoeiro do Ajuru, cidade com 25 mil habitantes localizada no nordeste do Pará, ele completou o ensino médio graças ao esforço da mãe, agente comunitária de saúde, e do pai, carpinteiro.Casado e pai de duas meninas, Jessé Soares vendia bombons nos ônibus de Belém para pagar as despesas com material da faculdade de medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA).
Em 2009 ele conquistou uma vaga na faculdade, quando se mudou para um quitinete no bairro do Guamá, em Belém. No mesmo ano, a namorada dos tempos de cursinho ficou grávida da primeira filha. Com a necessidade de reforçar os ganhos, ele passou a vender bombons por R$ 0,50 nos coletivos da capit
Em 2013, Jessé fez uma campanha nas redes sociais para arrecadar dinheiro suficiente para se manter até o final do curso.
No último dia 20, Soares concluiu o curso e conseguiu seu registro profissional e agora espera receber o primeiro salário para poder comemorar a conquista com amigos e a família.
“Foram vários momentos em que batia uma angústia de querer estudar e não ter condições, mas sempre vinha um sentimento de que, quando eu terminasse, as coisas seriam melhores.E estão melhorando”, comemora em entrevista ao site G1. “A cerimônia na universidade foi simples, agora aguardo o fim do mês para receber e fazer uma comemoração com os amigos”, disse.
O próximo passo segundo o recém-formado médico é escolher uma área de especialização. “Estou estabilizando minha vida para fazer residência.
Eu quero oncologia ou neuro, que são áreas que exigem bastante dedicação e estudo. Ainda não decidi se vou fazer as provas no final do ano ou em 2016”, relata
Segundo Soares, sua dificuldade serviu de motivação para garantir o futuro das filhas Ewelyn e Ana Clara. “Eu vou investir na educação delas, para que não aconteça com elas o que aconteça comigo.
A minha história é legal porque terminou bem, mas não desejo o que eu passei para ninguém. Espero que elas tenham uma vida mais fácil”, disse.

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