Maior parceiro da Cyrela por ocasião da invasão das construtoras nacionais à Natal e região metropolitana, entre 2008 a 2013, o empresário natalense Ricardo Abreu costuma prestar atenção ao que diz Elie Horn, fundador da mega incorporadora, que abriu capital na Bolsa de Valores em 2002.
Desta vez, Horn não economizou otimismo em entrevista ao Valor Econômico, condicionando a retomada do mercado imobiliário a uma legislação que ponha fim ao dreno financeiro produzido pelos distratos imobiliários, que já causaram prejuízos ao setor de R$ 9 bilhões nos últimos seis anos.
Ricardo Abreu, um parceiro que ainda hoje não deixa de prestigiar os lançamentos importantes da Cyrela pelo País, a exemplo de Elie Horn, também acha que a fase aguda da crise – aquela em que o paciente grita sem ter remédio – já passou.
“Descemos até o final do poço, agora o único caminho possível é subir”, diz Abreu, que recentemente refundou sua imobiliária – a Abreu Imóveis – depois de transferir o controle do negócio fundado no começo dos anos 80 para a Brasil Brookers. Essa parceria foi desfeita este ano depois de 10 anos.
Nesta quarta-feira, 28, ao Agora RN, Ricardo Abreu projetou suas certezas em duas vertentes: uma solução definitiva para os distratos imobiliários e os novos ventos liberais para a economia trazidos pela equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Na semana passada, por 32 votos a 23, o plenário do Senado finalmente aprovou as emendas favoráveis ao projeto do distrato, que estabelece os direitos e deveres de vendedores e compradores em casos de desistência da compra de imóvel na planta. Agora, a matéria volta à Câmara de Deputados para nova avaliação.
“Já estou recebendo várias ligações de empresas de outros estados especulando sobre a possibilidade ou não do governo eleito do RN, que é do PT, acompanhar positivamente as mudanças estimuladas pela equipe do Bolsonaro”, diz Abreu.
A resposta dele para esses interlocutores é, invariavelmente, a de que ninguém se mantém numa crise quando as saídas para ela começam a aparecer. “E eu tenho certeza que não será diferente aqui com Fátima Bezerra”, conclui.
Para o empresário, já há indícios ainda sutis de alguma recuperação nos preços de venda dos imóveis, que tendem a influenciar outros segmentos importantes do mercado, o da locação.
“Para tanto, será preciso que as empresas inovem e passem a produzir ofertas sob medida para a clientela, como existem hoje em outros países, como os EUA, onde o mercado locador representa de 30% a 40% dos negócios, ao passo que aqui isso não passa de 10% a 12%”, acentua.
Por fim, Abreu também está de acordo com Elie Horn quando ele fala com esperança de programas como, o “Minha Casa, Minha Vida”, que tendem a crescer muito de importância.
A propósito, Horn em sua entrevista ao Valor faz um “mea culpa” ao afirmar que a Cyrela entrou tarde nesse movimento, preferindo manter seu foco em padrões mais altos de mercado.
Desta vez vai ser diferente: a incorporadora aposta numa proporção de 30% para “Minha Casa” contra 70% do alto padrão. E se tratando de Cyrela, convenhamos, é muita coisa.
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