sábado, 16 de junho de 2018

Número de homicídios no RN diminuiu 16% este ano, diz especialista


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O número de homicídios está 16% menor na comparação com o ano anterior. A informação é de Ivênio Hermes, especialista em segurança pública e coordenador do Observatório da Violência no Rio Grande do Norte. Ivênio explica que a diminuição não é motivo para comemoração porque entre 2015 e 2017 este número elevou-se em 67%.

Detalhista, Ivênio Hermes explica que há vários tipos de homicídios: lesões corporais com morte, latrocínio (roubo seguido de assassinato) e estupro seguido de morte. São estes três tipos de homicídios que estão no topo da lista de crimes no Estado. O que pouca gente sabe é que a mudança de estação no ano também altera os planos dos assassinos. Ele explica que em período de seca, o número de homicídios é maior no fim de semana. Com a chegada das chuvas, os assassinos também ficam ligados na previsão do tempo. O resultado: menos crimes no fim de semana e mais assassinatos de sexta-feira para sábado, porque a maioria das sextas-feiras não tem sido chuvosas.

Ivênio Hermes detalha a razão desta mudança. “As chuvas dificultam a fuga dos assassinos. Em quase todos os países o número de homicídios aumenta no verão”, revela Ivênio. Para ele, o modelo de segurança pública no Estado tem que ser repensado porque está ineficaz e uma das provas encontra-se no número de policiais militares assassinados até esta semana neste ano: 15. Em 2017, o total foi de 18.

Outra constatação demonstrada por Ivênio Hermes durante o programa Cidade Agora, da 94FM, apresentado pelo jornalista Alex Viana, é sobre as vítimas destes homicídios: jovens negros e pardos com idade  entre 18 e 25 anos morando na periferia. “Nestas áreas, os homicídios vêm se intensificando. Natal e Mossoró lideram – no Estado – como os municípios mais populosos, lideram a lista dos mais violentos”, constata Ivênio.

Em seus estudos baseados em informações contidas no Observatório da Violência no RN, Ivênio explica que o homicídio vem de causas sociais, provocando uma insegurança, o que acaba aumentando o número de crimes, juntamente com a impunidade. “A quantidade de crimes é maior onde o Estado está ausente. Como a maior parte das vítimas é composta por jovens pobres e a margem da sociedade, o ideal seria investir em educação e em geração de empregos para tirar toda essa turma da ociosidade nas ruas”, diagnostica Ivênio, acrescentando que a violência é um problema nacional.

Quando questionado sobre o fato de o governo federal ter criado o Ministério da Segurança Pública, Ivênio Hermes prevê que só o tempo será capaz de mostrar se há eficiência ou não do órgão público. No entanto, ele afirma que o governo federal sempre foi omisso em matéria de segurança pública, transferindo esta responsabilidade para os Estados. “A criação do Ministério da Segurança Pública foi boa. O problema é que ele está sendo militarizado pelo exército. O ideal seria que houvesse maior participação das polícias civil e militar, porque são elas que fazem a linha de frente, o que, em termos militares, seria a infantaria”, analisa.

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