sábado, 23 de junho de 2018

Bolsonaro diz que, se eleito vai tirar o Brasil do Conselho de Direitos Humanos da ONU



O deputado federal e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou nesta quinta-feira (21) que vai tirar o Brasil do Conselho de Direitos Humanos da ONU se for eleito.

"Tiro, sim. [Se for para o conselho] continuar funcionando da mesma maneira? É uma economia para nós. Não serve para absolutamente nada", afirmou o pré-candidato durante uma caminhada pelas ruas de Campina Grande, no interior da Paraíba.

A declaração vem dois dias depois de o governo dos Estados Unidos anunciar que iria se retirar do órgão, um dos mais importantes da ONU. O anúncio do presidente Donald Trump foi feito em meio à polêmica sobre a separação de pais e filhos de imigrantes ilegais nos Estados Unidos. A prática foi rechaçada internacionalmente e criticada, inclusive, por integrantes do partido Republicano, o mesmo do presidente.

Ontem, o governo Trump recuou e anunciou o fim da separação de pais e filhos que imigraram ilegalmente para os Estados Unidos.

Bolsonaro, que já elogiou Trump diversas vezes, usou alguns dos argumentos do presidente norte-americano para justificar por que tiraria o Brasil do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Segundo ele, o órgão vota constantemente contra os interesses do estado de Israel e apoia regimes condenáveis. "Não é apenas porque vota contra Israel de forma corriqueira. É porque estão sempre do lado de quem não presta", afirmou Bolsonaro.

Apesar de apoiar a decisão dos EUA de deixar o Conselho e dizer que faria o mesmo se eleito, Bolsonaro criticou a separação de pais e filhos em situação migratória ilegal. Ele defendeu um controle rígido dos imigrantes no país, mas afirmou que não adotaria a mesma medida no Brasil caso assumisse a presidência.

"Não pode separar pais e filhos. Mas também não pode receber imigrantes ilegais. Ninguém entra na tua casa sem autorização. No Brasil, qualquer imigrante tem que ser legal. Mas não pode separar. Você pode até deportar, sem problema nenhum", disse o pré-candidato.

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