sexta-feira, 7 de abril de 2023

Poupança perde R$ 51,2 bilhões no primeiro trimestre de 2023, maior saque da história

Foto: Pixabay

A Caderneta de Poupança registrou a maior saída de recursos para o 1º trimestre da série histórica, iniciada em 1995. Os saldo de saque de janeiro a março deste ano foi de R$ 51,2 bilhões, uma alta nominal de 26,9% em comparação com o saldo negativo do ano passado. O BC (Banco Central) divulgou o Relatório de Poupança nesta quinta-feira (6).

No 1º trimestre, os brasileiros depositaram R$ 908,4 bilhões na Caderneta, mas sacaram R$ 959,6 bilhões. Todos os 3 meses do início do ano foram negativos:

A Poupança não registra entrada líquida de dinheiro no 1º trimestre desde 2014. O saque tem acelerado anualmente desde 2020, como é possível visualizar no gráfico abaixo.

A evasão de dinheiro do 1º trimestre é registrada no momento que as famílias estão endividadas e os juros estão elevados. Além disso, a inflação do país atingiu 5,60% no acumulado de 12 meses até fevereiro, patamar acima do teto da meta.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu criar um programa de renegociação de dívidas, chamado Desenrola. Mas problemas na confecção do sistema operacional atrasou o início do programa.

O estoque –volume total de recursos aplicados na Poupança– caiu R$ 31,6 bilhões de dezembro de 2022 a março de 2023. Neste período, a rentabilidade da Caderneta proporcionou ganhos de R$ 19,8 bilhões, o maior valor da série histórica.

POUPANÇA EM MARÇO

Os brasileiros retiraram R$ 6,1 bilhões da Poupança em março. O saldo negativo foi menor que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando sacaram R$ 15,4 bilhões. A queda foi de 60,4% no período.

Com a queda de recursos registrada em março, o estoque da Caderneta passou de R$ 968 bilhões para R$ 967,5 bilhões. Recuou R$ 544 milhões. Os rendimentos da Poupança diminuíram o valor a ser descontado no volume total de depósitos. Somaram R$ 5,54 bilhões em março.

A Caderneta de Poupança rendeu 0,74% no mês passado, acima da prévia da inflação do período, de 0,69%.

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