As solicitações de falência e recuperação judicial subiram 44% e 37,6% no primeiro trimestre deste ano. O balanço é da Serasa Experian. Foram formalizados 255 pedidos de falência e 289 de RJ. Para o economista da instituição, Luiz Rabi, essa aceleração “é uma consequência do crescimento da inadimplência que estamos vendo desde setembro de 2021. Cedo ou tarde, a inadimplência acumulada bate à porta da insolvência. E essa tendência de inadimplência é a combinação de juros altos e da estagnação econômica que advém do aperto monetário”, resume.
A professora de Economia da ESPM, Cristina Helena de Mello, avalia que, na a conjuntura econômica atual, as empresas têm “dificuldade de construir estratégias de financiamento sustentável no longo prazo”. Além do juro, a professora enxerga uma “ausência de instrumentos financeiros ofertados por bancos ou fintechs que permitam que essas empresas tenham caminhos para construir estratégias, como a troca de dívidas, ou se financiar com o uso de garantias diversas”, explica.
O levantamento da Serasa mostra que os pedidos de recuperação judicial avançaram principalmente entre as grandes empresas – aumento de 94,4%. Entre as médias, a alta foi de 8,9%; subindo para 44% entre as MPEs.“O cenário (macroeconômico) leva as empresas grandes, que monitoram mais de perto indicadores, a reavaliar suas expectativas e escolherem essas estratégias. Estamos no começo de uma cauda que deve ser longa, então essas empresas são mais rápidas no pedido. Mas vem aí uma cauda longa, e empresas menores devem seguir este caminho”, analisa Cristina Helena de Mello.
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