Os balanços dos bancos do primeiro trimestre de 2023 devem refletir um cenário de desaceleração da economia e da concessão do crédito após o caso Americanas e com os juros ainda em patamares elevados reduzindo a demanda dos clientes. Também é esperada a manutenção da tendência de alta dos índices de inadimplência já vista nos resultados anteriores.
Analistas de mercado preveem, contudo, resultados mistos para os quatro grandes bancos brasileiros, com uma expectativa mais positiva relacionada a BB (Banco do Brasil) e Itaú, com Bradesco e Santander voltando a figurar novamente como os piores números do grupo.
O Santander Brasil abre os trabalhos nesta terça 25, seguido por Bradesco (4 de maio), Itaú (8 de maio) e BB (15 de maio).
Juros elevados, maior seletividade na concessão dos empréstimos, perda de renda do consumidor, inadimplência em alta e atividade patinando formaram o cenário complexo da economia brasileira no primeiro trimestre, o que deve se refletir nos resultados dos grandes bancos, afirma João Frota Salles, analista da Senso Investimentos.
“Devemos ver uma desaceleração nas concessões de crédito como efeito da política monetária no apetite dos bancos em dar crédito”, diz Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating.
Os juros altos também devem contribuir para manter os níveis de inadimplência em alta, principalmente entre as pessoas físicas e as PMEs (pequenas e médias empresas), com um aumento do nível de provisionamento de créditos de liquidação duvidosa que traz um efeito negativo para os resultados dos bancos, acrescenta Santacreu.
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