Fotos: Marinha dos EUA via Reuters
A Marinha dos Estados Unidos apreendeu um grande carregamento ilícito de armas no Mar da Arábia, anunciou a Quinta Frota da Marinha americana.
Entre os armamentos apreendidos estão dezenas de mísseis antitanque russos e milhares de rifles de assalto chineses, segundo a frota americana baseada no Bahrein.
A apreensão do arsenal foi feita pelo cruzador de mísseis guiados USS Monterey na quinta-feira (6), perto de Omã e do Paquistão, e divulgada no sábado (8). As fotos foram reveladas no domingo (9).
Segundo a Marinha americana, o carregamento ilícito estava em uma embarcação sem bandeira que navegava em águas internacionais no Norte do Mar da Arábia.
A carga levou dois dias para ser transferida para o USS Monterey e a tripulação foi interrogada, recebeu água e comida e depois liberada, segundo a Marinha americana.
A quantidade de armas apreendida é tão grande que cobriu grande parte da cabine de comando traseira do USS Monterey, que tem 567 pés (173 metros) de comprimento, segundo a CNN.
“O carregamento de armas incluía dezenas de mísseis guiados antitanque russos avançados, milhares de rifles de assalto chineses tipo 56, centenas de metralhadoras PKM, rifles de precisão e lançadores de granadas propelidas por foguete”, segundo comunicado.
A Marinha americana acrescentou que o armamento está sob custódia dos EUA enquanto a fonte original e o destino estão sob investigação.
Origem Irã, destino Iêmen
Segundo a Associated Press, uma investigação inicial da Marinha americana aponta que o navio saiu do Irã e tinha como destino o Iêmen, para apoiar os rebeldes Houthis, apesar do embargo de armas da ONU.
Desde 2015, o Conselho de Segurança da ONU impôs um embargo de armas aos Houthis.
Apesar disso, especialistas da ONU alertam que “um número crescente de evidências sugere que indivíduos ou entidades na República Islâmica do Irã fornecem volumes significativos de armas e componentes aos Houthis”.
A missão do Irã na ONU não respondeu a um questionamento da Associated Press. O país já negou no passado ter armado os rebeldes Houthis.
A apreensão é uma das várias já feitas pelos EUA durante a guerra no Iêmen, que começou em setembro de 2014 e deu origem a uma das piores crises humanitárias do mundo.
A guerra já matou cerca de 130 mil pessoas, incluindo mais de 13 mil civis, segundo o Armed Conflict Location & Event Project.
Guerra no Iêmen
Forças pró-governo, apoiadas por uma coalizão regional liderada pela Arábia Saudita, enfrentam os rebeldes Houthis, que contam com o apoio do Irã.
O conflito começou quando os Houthis capturaram Sanaa, a capital e maior cidade do Iêmen, e iniciaram uma marcha para o Sul, para tentar dominar todo o país.
A Arábia Saudita, junto com os Emirados Árabes Unidos e outros países, entrou na guerra em março de 2015, ao lado do governo internacionalmente reconhecido do país. O Irã apoiou os rebeldes.
A guerra já viu atrocidades de todos os lados. Os ataques aéreos sauditas mataram crianças em idade escolar e civis com bombas de fabricação americana. Os Houthis empregam crianças como soldados e colocam minas terrestres indiscriminadamente.
A apreensão ocorre no momento em que vários países tentam encerrar o conflito no Iêmen, que é o país mais pobre do mundo árabe.
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