segunda-feira, 24 de junho de 2019

Bombeiro do RN cumpre missão humanitária em Moçambique

A imagem pode conter: 23 pessoas, pessoas no palco, multidão e atividades ao ar livre

Após 32 dias da segunda etapa da missão de ajuda humanitária na cidade de Pemba e Arquipélago das Ilhas Quirimbas, na província de Cabo Delgado, região norte de Moçambique, a equipe de 24 bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) que atuava no país desde o dia 5 de maio, retornou ao Brasil marcando o fim da Operação Internacional Moçambique. Entre a equipe, um soldado do Corpo de Bombeiro Militar do Rio Grande do Norte (CBMRN), Gildson Canuto de Sousa, 38 anos, mais conhecido como ‘Soldado Canuto’.
O militar com mais de dez anos de serviços prestados à população potiguar foi selecionado para a missão internacional com o objetivo de prestar ajuda humanitária à comunidade que sofria com os desastres causados pelo ciclone Kenneth que atingiu o norte moçambicano. A FNSP precisava naquele momento de militares com cursos específicos na área da ocorrência, entre eles o SEVEN, curso de salvamento em soterramentos, enchentes e inundações, e o curso de busca e resgate em estruturas colapsadas. Foi então que Canuto foi selecionado, e autorizado por decreto presidencial, a viajar e cumprir a missão na cidade de Pemba. “Com apoio de uma ONG que tem sede na cidade, iniciamos várias frentes de trabalho como retirada de pessoas que estavam em locais isolados, distribuição de alimentos, lonas, cloro, reconstrução de escolas, montagem de tendas, vacinação, desobstrução de casas e vias”, disse.

Durante a missão, foram distribuídas 136 toneladas de alimentos para mais de 30 mil pessoas, em Beira, Pemba e regiões onde só era possível chegar navegando pelo Oceano Índico. Também foram entregues 5 mil lonas para a montagem de abrigos provisórios para os desabrigados e construídos dois assentamentos para 540 famílias. Os bombeiros desobstruíram 241 km de estradas e distribuíram hipoclorito de sódio para 936 famílias. O hipoclorito é usado para a descontaminação da água e previne a proliferação da cólera, doença que afeta a região.
No entanto, além de fazer todo trabalho braçal inerentes a missão, o militar conta que também houve momentos de alegria e paz. “Consegui levar meu instrumento musical: um ukulele. Com ele foi possível, além de prestar os serviços, sentir o calor humano. Passamos o dia das crianças juntos, cantando, brincando e se divertindo. Todos eles adoraram e se emocionaram”, enfatizou.
Ainda segundo ele, ainda durante a missão é possível ver que somos ricos no Brasil. “Diante daquela situação, vemos que todos nós somos ricos. Pois eles comem uma vez por dia, usam a mesma roupa durante vários dias, não tem sandálias, enfim. Quanto maior a distância da cidade, mais carente são as famílias. O país tem tudo, no entanto essas comunidades não participam dessas riquezas. Comecei a valorizar ainda mais o nosso Brasil. Embora temos vários problemas aqui, jamais se compara com aquela vila. Que Deus continue os ajudando, sempre”, concluiu.

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