quarta-feira, 22 de maio de 2019

Pílula de insulina no lugar de injeção para diabéticos está em testes

Pílulas permitem que insulina chegue intacta ao fígado, que regula sua secreção

Pílulas de insulina capazes de substituir injeções no tratamento de diabetes estão em fase avançada de testes clínicos na FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos. Considerado inovador, o medicamento está sendo desenvolvido pela empresa farmacêutica israelense Oramed.

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Injeções diárias de insulina são utilizadas para o controle do diabetes tipo 1 e tipo 2. No diabetes tipo 1, o pâncreas não produz insulina, hormônio que metaboliza a glicose para a produção de energia. No diabetes tipo 2, o corpo não produz ou não a utiliza bem e a terapia com insulina também pode ser necessária.


Atualmente, a insulina é administrada por meio de seringa, caneta (que já vem com a insulina acoplada) ou pela chamada bomba de insulina, um aparelho eletrônico portátil que libera insulina durante 24 horas.

No entanto, existem diversas pesquisas no mundo em andamento para o desenvolvimento de tratamentos alternativos que possam facilitar a vida de quem tem diabetes, que não tem cura.

Pílula foi desenvolvida por Prêmio Nobel

A epidemia da diabetes é um fenômeno mundial. Atualmente, 425 milhões de pessoas vivem com a doença e a previsão é que esse número aumente para 629 milhões em 2045, de acordo com estimativas da International Diabetes Federation (IDF).

O diabetes fez parte do ambiente familiar de Nadav Kidron, CEO da Oramed, segundo o jornal The Jerusalem Post. Sua mãe trabalhou por quase 20 anos na Unidade de Diabetes da Uninversidade Hadassah-Hebrew, em Jerusalém.

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Junto ao pesquisador Avram Hershko, bioquímico ganhador do Prêmio Nobel em 2004, a Oramed desenvolveu um tratamento que permite que proteínas, como a insulina, ao serem administradas oralmente, sejam entregues intactas ao fígado, que regula a secreção da insulina na corrente sanguínea.

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“Em vez de tratar o excesso de glicose no sangue, cortamos a produção da fonte. Essa é uma maneira muito mais fisiológica de tratar o diabetes. O novo padrão de tratamento para diabéticos, no futuro, será por meio de insulina oral, dieta, exercícios e, eventualmente, insulina injetável “, afirmou Kidron ao jornal.

Medicamento chegará primeiro na China

O objetivo do tratamento, segundo a Oramed, além de promover qualidade de vida aos pacientes, é baratear a terapia.

Segundo o The Jerusalem Post, o produto será comercializado com a China antes dos Estados Unidos. A China é o país com o maior número de diabéticos do mundo, com 114 milhões de pessoas afetadas pela doença. Em seguida figura a Índia, com quase 73 milhões, e os Estados Unidos, com 30 milhões. O Brasil está em quarto lugar, com 12,5 milhões, o que corresponde a 7% da população, segundo o IDF.

A empresa está trabalhando em outros medicamentos, como o GLP-1 Analog, que faz com que a pessoa perca peso e estimule a produção de insulina.

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Em outubro, Oramed registrou seu primeiro paciente em um estudo clínico para a pílula de insulina no tratamento da esteato-hepatite não alcoólica (EHNA), doença hepática crônica.

Para o endocrinologista Balduíno Tschiedel, presidente regional da América do Sul e Central da IDF, medicamentos como a pílula de insulina são o futuro. “Será um verdadeiro boom de novas tecnologias nos próximos anos. Mas o caminho mesmo será o biopancreas, no qual ilhotas pancreáticas [grupo de células que produzem a insulina] serão encapsuladas e produzirão insulina na medida exata”, diz.

O Dia Mundial do Diabetes, comemorado nesta quarta-feira (14), foi criado pela IDF e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 1991. Trata-se da data de aniversário de Frederick Banting, cientista canadense que descobriu a insulina em 1922. O objetivo é aumentar a conscientização sobre os problemas trazidos pelo diabetes.

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