O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, admitiu nesta segunda-feira (30) que o uso de térmicas mais caras para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas “está sendo cogitado”.
O governo vem relutando em adotar o modelo de despacho fora da ordem de mérito -o que permite ao ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mandar ligar térmicas do topo da lista de preços- para evitar novos aumentos na conta de luz.
A situação dos reservatórios, porém, é considerada preocupante, diante da falta de chuvas. Para monitorar mais de perto a questão, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) está realizando reuniões semanais.
“Está sendo cogitado, mas ainda não está decidido”, disse Coelho Filho. Ele disse, porém, que “tem sinais de que alguma chuva pode vir”, o que pode influir na decisão.
Devido ao baixo nível dos reservatórios, o governo já vem acionando térmicas a gás natural, com reflexos nas tarifas: este mês, a tarifa nível 2 da bandeira vermelha cobrada na conta de luz subiu de R$ 3,50 para R$ 5 por cada 100 quilowatts-hora consumidos.
De acordo com o G1, Coelho admitiu que o custo será repassado ao consumidor com a possibilidade do governo autorizar a produção de energia mais cara. “Não há um risco mais severo de desabastecimento, porém vai ter um impacto como já vem tendo na tarifa para o consumidor”, afirmou.
O ministro disse ainda que o governo negocia para encontrar gás para três térmicas que estão paradas por falta de combustível. Uma delas é do grupo J&F e teve o fornecimento cortado pela Petrobras após a delação premiada dos controladores da JBS.
Segundo ele, há discussões entre as partes envolvidas para a busca de uma solução. “Essas térmicas são muito importantes para o sistema”, afirmou Coelho Filho.
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