Globo, SBT, Band e Record precisam se preocupar em renovar talentos no vídeo pensando no futuro. Celso Portiolli, Eliana, Xuxa, Luciano Huck, Marcos Mion e Rodrigo Faro dificilmente surgiriam na TV se fosse nos dias atuais. As emissoras não estão abrindo espaço na programação para o surgimento de novos apresentadores ou comunicadores. Essa situação é resultado de uma mudança na TV que acabou sendo pernicioso ao artístico para privilegiar os departamentos comerciais.
Atualmente, nenhuma emissora coloca um projeto no ar sem o sinal verde dos profissionais que vendem espaços no mercado publicitário. E para viabilizar ainda mais rápido o novo produto, sempre se recorre aos nomes já conhecidos. E esse círculo vicioso não permite que apresentadores com futuros promissores sejam revelados na televisão.
Antes, era o contrário. As TVs colocavam um programa no ar e depois que vendiam ao mercado. Foi assim que Silvio Santos decidiu colocar no ar o Viva a Noite (1982 -1992) e revelou Gugu Liberato (1959 -2019), apostou em Celso Portiolli aos domingos e entregou o infantil Festolândia (1991) para Eliana no SBT.
Foi assim que o saudoso Maurício Sherman (1931 - 2019) apostou em Xuxa Meneghel para apresentar o Clube da Criança (1983 - 1998) na extinta Manchete (1983 - 1999) e, após a rainha dos baixinhos assinar com a Globo, percebeu que Angélica também poderia assumir o infantil.
TV precisa abrir espaço para novos talentos
Hoje em dia, a Globo colocaria no ar um artista desconhecido do grande público para disputar o Ibope aos domingos? Mas foi assim, em 1986, que Fausto Silva, que se destacava nas noites da Band e atingia entre 1 e 2 pontos no Ibope, entrou na guerra de audiência para enfrentar Silvio Santos. Depois de 37 anos, Faustão é reconhecido como um dos grandes comunicadores da TV.
A situação ainda piora. Na época que a MTV Brasil era de propriedade do Grupo Abril, o canal se tornou um celeiro para novos apresentadores e revelou nomes como Zeca Camargo, Astrid Fontenelle, Marcos Mion, Fernanda Lima, Didi Wagner, Tatá Werneck, Marcelo Adnet a Dani Calabresa. Além disso, o fim dos programas infantis na TV também contribui para esse cenário desastroso na renovação de talentos. E agora?
O que será da TV daqui a 30 anos? Quem será o novo Faustão, Xuxa ou Portiolli? Talentos estão por aí, mas alguém precisa abrir a porta. Do contrário, apresentadores ou comunicadores podem entrar em extinção. E o que veremos na TV serão leitores de teleprompter.
Por Sandro Nascimento | NaTelinha
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