sábado, 22 de outubro de 2022

Volume de exportações do RN cresce 214% em setembro, aponta Secex

O crescimento das exportações, no mês passado, foi puxado pelas vendas de óleos combustíveis derivados do petróleo e frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas. Foto: Adriano Abreu

As exportações do Rio Grande do Norte voltaram a crescer em setembro deste ano, após o Estado apresentar queda de 81,92% no mês de agosto. Com a retomada, o crescimento ficou em 214,74% (com um volume de  R$ 49,1 milhões em vendas) em setembro, se comparado com os números de agosto, cuja movimentação foi de US$ 15,6 milhões em vendas para o exterior.  No acumulado do ano, o RN chegou a R$ 560,8 milhões em exportações em 2022. Neste recorte o resultado é 83,1% maior do que o de 2021 (US$ 306 milhões) e é o melhor resultado da série histórica, iniciada em 2011. A melhora nas exportações é mais um sinal positivo do crescimento da economia brasileira, que nos últimos meses, tem se recuperado.

O saldo da balança comercial em setembro é de US$ 13,1 milhões e de US$ 251,1 milhões no acumulado do ano. Apesar do bom desempenho, o volume de setembro é 37,69% menor do que o registrado no mesmo período de 2021, quando o RN atingiu US$ 78,7 em vendas internacionais. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia. O crescimento do mês passado foi puxado pelas vendas de óleos combustíveis derivados do petróleo, responsáveis por 35,03% das vendas e com um volume de US$ 17,2 milhões.


O produto soma US$ 327 milhões no acumulado de 2022 e é responsável por 58% das exportações ao longo deste ano. O segundo item mais importante da pauta no mês foram as frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas, com 14% de participação no acumulado dos nove meses de 2022. Nesse grupo, o destaque é a venda de melões frescos, cujas exportações foram de US$ 9,5 milhões, melancia (US$ 6 milhões) e sal (US$ 1,35 milhão), em setembro.

O diretor institucional da Associação Brasileira dos Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, explica que a contribuição das frutas nas vendas do mês passado, se deu em razão das condições climáticas na Europa, principal mercado consumidor da fruticultura potiguar.


“Tivemos um verão extremamente quente e seco na Europa, com recordes de temperatura e pouquíssimas chuvas. Então, a produção local naquele continente acabou mais cedo, ao passo em que ainda havia uma demanda muito grande. Assim, boa parte do que nós tínhamos produzido para o mercado interno, acabou sendo exportado”, afirma.


Segundo ele, a tendência, até o final do ano é de que o consumo europeu se normalize, com a chegada do inverno e com a recessão que atinge o continente. Fabrício Queiroga, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Grande do Norte (Coex-RN) afirmou que o clima no RN também teve influência no último desempenho do Estado.


“A safra 2022/23 teve uma peculiaridade, com o atraso das exportações por causa do prolongamento do período chuvoso no RN, então, os produtores, em geral, acabaram, como efeito de compensação, produzindo um pouco mais para exportar em setembro. O melão, por exemplo, sofre queda na exportação quando chove por aqui, porque a capacidade de a fruta chegar em boas condições à Europa, diminuem. Foi o que houve o em agosto, mas com uma compensação em setembro”, explica Queiroga.
Ele pontua, no entanto, que existe uma espécie de tensão entre os produtores do Estado com o cenário na Europa, que vê avançar os efeitos da guerra, a inflação e a chegada da temporada de inverno.

“Estamos um pouco preocupados porque o frio  está se intensificando, a dependência da energia também tem aumentado e existe a perspectiva de um aumento importante na tarifa energética do europeu. Se isso  acontecer, comumente acaba impactando o consumo de alimentos considerados menos essenciais, como as frutas”, relata Queiroga.


 “Alguns produtores nossos já começam a reduzir plantios para não se submeter ao risco que, eventualmente pode surgir, caso os efeitos da guerra aumentem ainda mais a incapacidade financeira na Europa”, completa. 


Singapura e Reino Unido são os maiores importadores

Os principais países compradores das mercadorias potiguares em setembro foram Singapura (US$ 17,2 milhões), Reino Unido (US$ 8,1 milhões), Países Baixos (US$ 6,7 milhões), Estados Unidos (US$ 5,2 milhões) e México (US$ 1,6 milhão). Por outro lado, quando o assunto é importação, o Rio Grande do Norte comprou, especialmente, peças de equipamentos, como partes de motores, geradores e eletrogeradores, da Índia e da China.


Nesses dois países foram adquiridos cerca de US$ 11,4 milhões em produtos em setembro. As empresas do setor energético, especificamente do segmento de energia solar, também contribuíram com as importações do mês, com a aquisição de US$ 9,7 milhões em células e módulos fotovoltaicos. 


O volume de compras de mercadorias pelo Rio Grande do Norte no mercado estrangeiro, em geral, reduziu de US$ 66,1 milhões em agosto para US$ 36 milhões em setembro. Porém,  o volume do mês passado ainda é 37,4% maior que o importado em setembro de 2021 (US$ 26,2 milhões).

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