Foto: 3R Petroleum
Com a garantia de 500 milhões de dólares, a 3R Petroleum Óleo e Gás S.A. se prepara para concluir a aquisição do Polo Potiguar, ativo de upstream (campos produtores de óleo e gás) e mid & downstream (terminal de uso privado, refinaria e parque de tancagem), localizado na Bacia Potiguar. A transferência da operação da Petrobras para 3R deve ocorrer no primeiro trimestre de 2023, quando a empresa deve começar a operar plenamente.
Na última semana, a companhia anunciou ao mercado a celebração do termo de compromisso para estruturação e emissão de debêntures junto ao Banco BTG Pactual S.A. (“BTG Pactual”). Segundo a 3R, não há previsão de intervenção no curto prazo. Os recursos obtidos com a emissão serão utilizados na conclusão da aquisição do Polo Potiguar, ativo de upstream (campos produtores de óleo e gás) e mid & downstream (terminal de uso privado, refinaria e parque de tancagem), localizado na Bacia Potiguar, atualmente detido e operado pela Petrobras.
As debêntures terão vencimento de 60 meses, incluindo flexibilidade de pré-pagamento a partir do 24º mês. Esses recursos vão se somar aos US$ 500 milhões do financiamento já contratado junto a instituições financeiras lideradas pelo Morgan Stanley Senior Funding Inc. (“Morgan Stanley”), conforme divulgado por meio de Fato Relevante publicado em agosto passado.
A 3R adquiriu o Polo Potiguar da Petrobras por 1,385 bilhão de dólares. O anúncio foi divulgado pela estatal no final de janeiro passado. No comunicado, a Petrobras disse que US$ 110 milhões foram pagos naquela ocasião, enquanto US$ 1,04 bilhão ficariam para o fechamento da operação e US$ 234 milhões seriam divididos em quatro parcelas anuais a partir de 2024.
O Polo Potiguar compreende três subpolos (Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana), totalizando 22 campos (sendo três concessões marítimas e 19 concessões terrestres localizadas no Rio Grande do Norte), além de incluir acesso à infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural.
Essas concessões registraram, nos últimos 12 meses, uma produção média de 18,0 mil barris de óleo/dia. No ano passado, a produção média diária foi de 20,6 mil barris de óleo por dia e 58,1 mil de metros cúbicos por dia.
Segundo dados da certificação de reserva, elaborada pela consultoria independente DeGolyer and MacNaughton, com data-base de 31 de dezembro de 2021, o Polo Potiguar conta com 229,3 milhões de barris óleo equivalente de reservas provadas mais prováveis (2P), dos quais 169,7 milhões de barris (ou 74%) são reservas provadas (1P). Do total de reservas 2P, 98% representam reservas de óleo.
Em termos remuneratórios, as Debêntures celebrados na semana passada serão atualizadas monetariamente pelo fator de variação da cotação de fechamento da taxa de venda do dólar dos Estados Unidos da América, e, a partir do desembolso, juros correspondente à taxa de referência SOFR acrescido de 7,5% ao ano. As demais condições das Debêntures estão descritas no Termo de Compromisso.
“Adicionalmente, cumpre destacar que: (i) a emissão das Debêntures está sujeita ao atendimento de condições precedentes previstas no Termo de Compromisso e serão objeto de distribuição privada, sendo o seu volume total em reais, equivalente a US$ 500 milhões, (ii) até a emissão das Debêntures, a Companhia e/ou a 3R Potiguar pagarão uma taxa (ticking fee) inferior aos juros remuneratórios da referida emissão, e (iii) as garantias da emissão das Debêntures referem-se ao compartilhamento do pacote oferecido no âmbito do financiamento contratado junto ao Morgan Stanley”, informou a 3R Petroleum.
Em julho passado, durante a abertura do Mossoró Expo Oil&Gas (MOGE), a 3R assinou um protocolo de intenções na área de petróleo e gás com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec/RN) para fortalecer ações para estruturação de oportunidades de negócios e infraestrutura necessárias à expansão da produção de petróleo e fornecimento de gás natural no estado.
A iniciativa ajuda o RN a se inserir no contexto do marco regulatório do gás natural e veicular que proporciona ao estado ter o preço mais competitivo do Brasil. A partir do movimento de desinvestimento da Petrobras nos campos maduros no Estado, pequenas e médias empresas têm assumido os campos de produção e aumentado a produção de gás natural de alguns deles em cerca de 35%. Atualmente a produção de petróleo no Rio Grande do Norte em ambiente terrestre é de cerca de 30 mil barris por dia, correspondendo a quase 40% de toda a produção onshore no Brasil.
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