O Brasil fechou suas escolas por 40 semanas durante a pandemia, praticamente o dobro do tempo visto no resto do mundo (22 semanas). A conclusão é de um relatório divulgado este domingo pela Unesco, sobre os impactos provocados no setor pela Covid-19.
Argentina, Chile, Moçambique e Etiópia também fecharam suas instituições por, em média, 40 semanas — duas a mais do que os EUA, o país com maior número de casos e óbitos pela pandemia.
De acordo com a Unesco, aproximadamente 800 milhões de estudantes no mundo tiveram o calendário escolar prejudicado pela pandemia. As instituições de ensino passaram, em média, 2/3 do ano letivo fechadas.
Mais da metade dos estudantes no mundo ainda enfrentam interrupções de aulas. O fechamento total das escolas ainda atinge 31 países; em regime parcial, outros 48. Em abril de 2020, no pior momento da pandemia, 190 nações fecharam suas instituições de ensino.
Diretora geral de ensino da Unesco, Audrey Azoulay avalia que o fechamento prologado das escolas causa impacto psicossocial crescente nos alunos, o que traz consequências como perdas de aprendizagem e risco de evasão, sobretudo entre os estudantes de condições mais vulneráveis. Por isso, interromper as aulas, segundo ela, deve ser “o último recurso”. A reabertura, ressalta, precisa ser “uma prioridade’, mas feita com segurança.
O financiamento para a educação despencou em um terço. Hoje, é de US$ 200 bilhões em países de baixa e média renda, representando apenas cerca de 40% do custo total. A Unesco fez um apelo apra que governos aumentem a verba destinada ao setor. Para viabilizar o retorno às salas de aula, a entidade também promove um caminho que dê prioridade à vacinação para 100 milhões de professores e educadores em todo o mundo.
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