Nas redes sociais o apresentador Rodrio Faro continua sendo atacado por ter sido flagrado perguntando à direção do programa sobre o Ibope daquele momento, durante exibição de matéria em homenagem a Gugu Liberato, no último domingo (24).
A atitude Faro passou para os telespectadores e internautas a sensação de que ele estaria mais preocupado com seu desempenho de audiência do que lamentar a morte de Gugu ou enfatizar a trajetória de vida do saudoso colega de emissora.
Mas quem trabalha ou já trabalhou em TV consegue enxergar além do óbvio. Qualquer apresentador que atua ao vivo é refém do ‘peoplemeter’, o aparelho que afere a audiência minuto a minuto. Em quase todo estúdio de TV há um monitor onde os dados são gerados. Alguns apresentadores acompanham os números por um aplicativo de celular.
Perguntar a respeito da audiência faz parte do ritual de quem está diante e atrás das câmeras com a missão de vencer a concorrência – e, assim, suavizar a pressão às vezes explícita, às vezes velada, da direção do canal.
O próprio Gugu admitiu ser um viciado em conferir o Ibope na época de suas atrações ao vivo, quando ancorou inúmeras coberturas da morte de famosos. Ele exigia receber as informações a todo instante, a fim de tomar decisões no palco, como esticar ou abreviar uma entrevista.
Sim, é cruel usar números frios para determinar o que fica e o que sai do ar. Sim, pode ser espantoso ver um apresentador se preocupar com a audiência em uma homenagem póstuma. Mas dessa maneira funciona a TV. Os bastidores são bem menos agradáveis do que o público imagina.
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