“Lutei o quanto pude pra não ter que sair, mas me colocaram no limite. Estou indo porque quero viver e quero viver porque quero continuar a construção de um outro mundo”. Com essas palavras, Camila Mantovani, jovem evangélica e defensora da legalização do aborto, anunciou em sua rede social que seria obrigada a sair do Brasil após receber ameaças de morte constantemente. A ativista religiosa deixou o país nesta segunda-feira (29).
Há cerca de dois anos, Mantovani fundou a Frente Evangélica pela Legalização do Aborto junto com outras ativistas religiosas que defendem os direitos das mulheres. Desde então, Camila recebe mensagens de ódio, mas, em setembro do ano passado, a perseguição se intensificou.
Após notar que pessoas armadas a seguiam, Camila saiu de casa e passou a não ter endereço fixo. Ainda assim, as ameaças não cessaram. Com o perigo iminente, uma rede de apoio foi formada com o objetivo de viabilizar a mudança de Camila do país para mantê-la em segurança.
“Perdi o direito de viver minha vida como a vivo hoje. Perdi esse direito porque o fundamentalismo que governa o Brasil hoje assassina qualquer profeta que denuncie o pecado das grandes lideranças. Estou indo embora do país em exílio depois de esgotar todas as minhas possibilidades de ficar aqui e permanecer viva”, escreveu Mantovani, moradora do Rio de Janeiro.
Além de ser defensora da descriminalização do aborto, ela notabilizou-se por prestar solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem violência doméstica.
Brasil de Fato
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