Janelas quebradas, bancos rasgados e um pedaço de fio separando o motorista dos estudantes. Esta é a situação do ônibus escolar que leva alunos da Vila de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, para a Escola Estadual Estela Vanderley, no conjunto Pirangi.
Com a falta de esponjas nos bancos de ferro, os estudantes improvisam para poder seguir a viagem sentados sem se ferir. “É super ruim porque machuca a gente e fica incomodando. Eu boto meu casaco para não me machucar nos ferros”, relata a estudante Rafaela Rocha.
Outro problema é que o veículo está praticamente sem janelas, o que aumenta ainda mais os riscos durante o percurso de cinco quilômetros de distância entre a Vila e a escola. “A gente vai assim né? Sem segurança”, diz a aluna Anne Beatriz.
Por causa da falta de estrutura do veículo, os estudantes precisam escolher entre seguir a viagem em pé ou se arriscar nos bancos com ferros expostos. “Eu caí semana passada aqui, em ponto de machucar minhas pernas nesses ferros”, conta a aluna Valéria Galvão.
Este ano o Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran-RN) vistoriou 1.156 ônibus escolares no estado. Destes, 16 estão totalmentes “aptos” para o uso, o que representa 1% dos veículos. Todos os outros estão com algum tipo de irregularidade ou tem alguma pendência administrativa.
A Secretaria Estadual de Educação disse que não foi notificada oficialmente sobre nenhuma irregularidade nos veículos. A secretaria disse ainda que é responsável pelo transporte escolar dos estudantes dos municípios de Natal, Mossoró e Pau dos Ferros. Nesses locais, o órgão está fazendo a manutenção de alguns ônibus, mas não deu prazo para resolver definitivamente o problema.
Tragédia em ônibus escolar
No início deste mês uma adolescente de 14 anos de idade morreu depois de ser arremessada para fora de um ônibus escolar, na cidade de Cerro Corá, interior do Rio Grande do Norte. O acidente aconteceu na noite da sexta-feira (4), na zona rural. Segundo a Polícia Militar, a garota foi projetada pela porta depois que o veículo fez uma curva fechada.
O inquérito instaurado para apurar a morte da estudante disse que o veículo estava “inapto” para circulação, segundo a última vistoria realizada pelo Detran no mês de março. De acordo com o documento, a porta do ônibus não estava funcionando e o extintor de incêndio havia vencido.
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