sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Seca acabou com o ganha-pão de 15 mil pescadores potiguares



A seca, que levou 90% dos açudes do RN a entrar no volume morto em 2017, além dos problemas de abastecimento d’água para a população, liquidou com a ganha-pão de 15 mil pescadores artesanais espalhados por 30 colônias ao longo do litoral e 46 no interior.
Segundo o subsecretário de Aquicultura e Pesca do Estado, Antônio-Alberto Cortez, o problema é tão sério que atingiu até a Estação de Piscicultura Estevão Oliveira, em Caicó, do Departamento de Obras Contra a Seca (DNCS), cujos viveiros fornecem alevinos para o repovoamento dos açudes potiguares.
“Dos 10 milhões de alevinos produzidos para o repovoamento de peixes nos açudes, a Estação está reduzida a uma fração insignificante disso”, afirmou Cortez.
Para agravar a situação dos pescadores, o subsecretário lembra que eles não podem exercer nenhuma outra atividade profissional fora da pesca por serem legalmente inscritos como “pescadores profissionais”.
A carteira de trabalho deles é o RGP – Registro Geral de Pescadores -, controlado pelo Governo Federal, que realiza frequentes cruzamentos de CPFs para verificar se o profissional não está somando dinheiro fora da atividade.
“Se for comprovado que está, o RGP é suspenso imediatamente”, alerta Cortez.

Importantes pela grande produção de pescados, com ênfase absoluta para a tilápia, mananciais de peixe como os de Lagoa do Piató (Assu), Lagoa do Queimado (Pendências), açudes como o Itans, Cruzeta, Gargalheira, Pau dos Ferros, da Pedra (Santana do Matos) esvaziaram.
Outros que ainda têm algum volume, como Boqueirão (Parelhas), Armando Ribeiro Gonçalves (Assu) e Umari (Upanema), a cada dia exibem estoques cada vez menores até pelo intenso esforço de pesca.
Segundo Antônio-Alberto Cortez, mesmo os açudes que tiveram recarga pelas chuvas localizadas em 2017 estão praticamente despovoados.
Para as comunidades de pescadores, a saída agora é se organizarem para receber cestas básicas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Social (MDAS), que precisaram enviar ofícios solicitando essa ajuda.
“O governador já determinou e nós estamos entregando os modelos de ofícios nas comunidades, endereçadas ao ministro Osmar Terra, mas a resposta das comunidades é lenta, o que não ajuda em nada os pescadores”, admite Cortez.

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