O ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, determinou o envio para a Justiça Federal do Rio Grande do Norte de inquérito aberto contra o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB) e o empreiteiro José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS.
Todos os documentos que apontam suposta propina disfarçada em doação de campanha eleitoral foram remetidos hoje (20) ao juízo federal no RN. Segundo a Procuradoria Geral da República, conversas interceptadas no celular de Léo Pinheiro mostraram uma conversa em que Eduardo Cunha e o empresário da OAS falavam sobre votações de interesse da empreiteira.
Na sequência, o deputado cassado cobra doações oficiais da OAS para campanha eleitoral de Henrique Eduardo Alves ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014. As informações foram enviadas para o Rio Grande do Norte em razão da cassação de Eduardo Cunha, que, com isso, perdeu o foro privilegiado, e porque as suspeitas apontadas na apuração ocorreram no RN.
O material encaminhado ao Rio Grande do Norte não diz respeito aos desvios de recursos da Petrobras, investigados em Curitiba. Portanto, está fora da Lava Jato.
Como ex-deputado federal e ex-ministro de Estado, Henrique Eduardo Alves também não tem direito a foro privilegiado e responderá o inquérito no âmbito da primeira instância da Justiça Federal.
Henrique Alves e Eduardo Cunha são investigados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Léo Pinheiro por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Hoje, em nota, o ex-deputado potiguar disse que os valores recebidos da OAS foram legais e declarados à Justiça Eleitoral, e que está à disposição das autoridades para esclarecer todos os fatos.
A defesa de Eduardo Cunha negou as suspeitas e disse que o ex-deputado está à disposição para prestar esclarecimento ao longo das investigações. A defesa de Léo Pinheiro não quis se manifestar.
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