Caiu o número de casos de gravidez na adolescência no Rio Grande do Norte, quando se compara o período entre 2000 e 2014. Segundo dados da Secretaria de estado da Saúde Pública (Sesap), 19,9% dos nascimentos ocorridos em todo o estado em 2014 tinham mães com idades entre 10 e 19 anos. Dos 48.142 nascimentos naquele ano, 9.596 foram de jovens mães na faixa etária estudada.
O percentual representa uma queda em relação ao início deste século, quando a taxa estava na faixa de 24%. Apesar de a Sesap ainda estar fechando os dados relativos ao ano passado, a técnica do Programa de Saúde do Adolescente da pasta, que coordena os dados estatísticos, Jacyane Santos, diz que a tendência é o índice cair ainda mais.
“O ano de 2015 está sendo fechado porque alguns municípios do estado ainda estão finalizando, mas a tendência é de queda”, afirmou. A Sesap utiliza o banco de dados do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc), que registra os nascimentos por residência, para colher os dados e realizar os estudos.
O Rio Grande do Norte está abaixo do índice nacional de 20%, mas quando se faz uma divisão por faixa etária com crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, o estado fica acima da taxa nacional de 0,9%. O percentual potiguar é de 1,05%, o que indica que 507 recém-nascidos tinham mães com menos de 14 anos de idade.
Apesar de aparentemente baixo, o número ainda deve ser visto com atenção, como alerta Jacyane Santos. “Temos que dar atenção a essa faixa etária menor. Essas garotas estão engravidando mais cedo por serem mais vulneráveis. Elas não estão tendo acesso a métodos contraceptivos, a parte educacional de prevenção pode estar falhando, e também há casos de abuso sexual. Vamos lembrar que, legalmente, com essa faixa etária entre 10 e 14 anos temos o estupro de vulnerável”, disse.
Segundo a técnica da Sesap, é preciso manter as ações de prevenção nos municípios. Os responsáveis por essas atividades educativas são os poderes municipais. “O que fazemos é a orientação junto aos Executivos Municipais”, explicou.
Em Natal, 16,8% das grávidas são adolescentes
Os dados da Sesap indicam que 16,8% dos nascidos vivos em 2014 da capital potiguar são de mães entre 10 e 19 anos. É um dos menores índices do Rio Grande do Norte, cenário que, segundo Jacyara Santos, ocorre pelo maior acesso a métodos contraceptivos e a melhor educação existente nas grandes cidades.
Na contramão disso, o interior do estado é o que apresenta mais casos de gravidez precoce. A região de saúde de Santa Cruz, a 111 quilômetros de Natal, é a mais atingida por esses casos: 24,5% eram adolescentes em 2014. João Câmara apresenta uma taxa de 23,4% e é a segunda região com mais grávidas com menos de 20 anos de idade. São José de Mipibu completa o pódio negativo com um percentual de 23,3%.
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