quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Bruno admite pela primeira vez culpa pela morte de Samudio: ‘Não vivia do crime; mas cometi um’

A mágoa com os companheiros de Flamengo, quando o caso Eliza Samudio explodiu, os quais recusa a chamar de amigos, incomoda. Muito. Outra dor é assistir ou ouvir aos jogos da Seleção. Bruno acredita que poderia estar ali – até evitando o trágico 7 a 1 contra a Alemanha. Em uma entrevista reveladora à Rádio Itatiaia, nesta terça-feira, o ex-goleiro falou sobre a rotina na Centro de Reintegração Social da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC), de Santa Luzia, em Minas Gerais, onde está há quase quatro meses.

Bruno sabe que tentar retomar a carreira de jogador pode ser um processo complicado, doloroso. Mas garante que não vai desistir de seu sonho. E pela primeira vez admitiu em entrevista o crime que cometeu. Mas se diz tranquilo por estar cumprindo a pena.


– Eu não vivia do crime, mas cometi um. E estou pagando por ele. Espero voltar, não sei se vai ser daqui a um ano ou mais, mas vou atrás do meu objetivo. O meu objetivo, eu deixo bem claro, eu vou correr atrás, não vou acabar com minha carreira atrás das grades. Desde criança eu fui atrás disso. Eu passei minha juventude atrás deste objetivo. Eu cometi um erro, estou pagando por ele e não vou desistir. Uma frase que minha mãe sempre falou: “lutar sempre, perder às vezes, mas desistir jamais”. Então quando eu olho para minha mãe, para minha esposa, para minhas filhas, no dia a dia das visitas, elas sorriem para mim, isso me fortalece. Eu sei que o pior está por vir, mas eu estou preparado.

Quando o caso estourou, em 2010, Bruno estava no Flamengo, em um time que havia acabado de conquistar o Brasileiro, no ano anterior. O elenco contava com jogadores como Ronaldo Angelim, Vagner Love, Petkovic, David Brás, Léo Moura. O ex-goleiro chegou a jogar com Adriano Imperador, em 2009. Na entrevista, Bruno diz que nenhum jogador chegou a procurá-lo. Em uma entrevista à revista “Placar”, em 2014, porém, chegou a afirmar que vetou uma visita de Adriano para “preservá-lo”.

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