Em meio à pandemia do novo coronavírus, que até a noite de sexta-feira (20) havia deixado ao menos 904 infectados e 11 mortos no Brasil, os brasileiros reforçaram suas compras de medicamentos, alimentos e itens de higiene e limpeza pela internet.
É o que mostra relatório da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com o Movimento Compre & Confie, obtido com exclusividade pela Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Desde o dia 24 de fevereiro (pouco antes da confirmação do primeiro caso da doença no País, importado) até o último dia 18 (uma semana após a Organização Mundial da Saúde declarar a covid-19 uma pandemia), o relatório aponta um aumento de 111% nas compras online da categoria saúde (que inclui medicamentos e itens de farmácia), alta de 83% em beleza e perfumaria (que engloba itens de higiene pessoal), e avanço de 80% nas compras de supermercados (que envolvem alimentos, bebidas, higiene e limpeza). Isso tudo em comparação a um período semelhante de 2019 – de 25 de fevereiro a 20 de março. Em ambos os casos, são 24 dias, 15 dos quais úteis, já descontando o carnaval.
“Em qualquer crise, o ambiente de vendas online se consolida”, diz André Dias, diretor executivo do Compre & Confie, que monitora vendas reais de mais de 80% do varejo digital brasileiro. No levantamento, estão gigantes como Americanas.com, Carrefour, Extra, Via Varejo e Magazine Luiza. “Especialmente neste momento, em que o contato físico deve ser evitado, as vendas pela internet ganharam ainda mais relevância”, afirma o executivo, lembrando que os dados foram coletados antes da entrada em vigor do fechamento do comércio de rua na sexta-feira (20) em São Paulo, maior mercado consumidor do País.
Em valores, as vendas online no intervalo deste ano somaram R$ 5,6 bilhões, um aumento de 28,8% em relação ao intervalo do ano passado. O número de pedidos aumentou 31,6%, para 13,16 milhões. Já o tíquete-médio foi 2,2% menor – R$ 425,30. “Isso significa que itens mais baratos passaram a compor a cesta desse período, que registrou um decréscimo, por exemplo, da venda de segmentos de maior valor agregado, como câmeras, filmadoras e drones (queda de 62%), games (-37%), eletrônicos (-29%) e automotivo (-20%).
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