sábado, 26 de outubro de 2019

Chip implantado sob a pele pode substituir chaves, cartões e senhas

Chips implantados podem realizar pagamentos e abrir porta de carro e casa

Já pensou em abrir a porta de casa, pagar uma compra ou desbloquear o smartphone sem senha, chave ou cartão? A tecnologia já permite realizar tudo isso com um biochip implantado na mão.

O dispositivo pode ser implantado na região das costas da mão entre o polegar e o indicador, conhecida como triângulo da mão, por ser uma aérea com poucas terminações nervosas.
O chip é bem pequeno, um pouco maior do que um grão de arroz e invisível sob a pele. O seu design é feito com material biocompatível e envolto por um material utilizado na medicina, o mesmo composto DIU – dispositivo intrauterino -, e por isso o organismo não costuma rejeitar, afirma o CEO da Project Company, empresa que fabrica e vende os biochips no Brasil, Antonio Henrique Dianin.
Segundo o dermatologista Caio Lamunier do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, os biochips foram desenvolvidos para serem inertes e não causarem reações alérgicas. Por isso não há necessidade de nenhuma preparação em quesito de alergia para a implantação do chip.
“O que pode ocorrer é a pessoa ter uma rejeição com o corpo estranho, assim como uma reação a um piercing ou a uma tatuagem”, completa o dermatologista.

O que armazenar?

O usuário consegue armazenar informações sobre redes sociais, portfólios e cartões de visita, algo semelhante a um pen drive. Outra opção é usar como código de acesso e senhas para acessar logins na internet e abrir fechaduras eletrônicas. As informações são protegidas por criptografia para dificultar o acesso de pessoas não autorizadas e a ação de hackers.
O chip tem a tecnologia NFC (Near Field Communication), padrão de comunicação sem fio que possibilita a troca de dados por aproximação. Ou seja, basta encostar em um dispositivo que tenha esse tipo de conexão para funcionar. 
“O chip vem vazio e permite gravar informações para destravar as portas de um carro, as portas de uma residência, gravar cartão de visita, quarto de hotel, entre outras coisas que utilizarem a tecnologia NFC”, afirma o CEO da Project Company.
Na Suécia, o implante eletrônico pode ser usado até para pagar passagens em transportes públicos. No Brasil, o chip ainda é uma novidade, mas já existem adeptos. Os chips podem durar pelo menos 20 anos e custar cerca de R$ 350.
O chip não precisa ser carregado, pois não usa baterias. Para funcionar, o NFC captura energia do campo eletromagnético gerado pelo dispositivo de contato.
Implantação
Biochips são implantados entre o polegar e o indicados, local que não tem terminações nervosas

Biochips são implantados entre o polegar e o indicados, local que não tem terminações nervosas

Reprodução/ Project Company
O processo para colocar o chip é bem simples e pode ser feito por um body piercer, profissional que faz a perfuração de piercings. O processo para implantar costuma ser indolor e deixa uma pequena cicatriz por algumas semanas, afirma Dianin, que tem um biochip.
A implantação também pode ser feita por um profissional da saúde, como um médico. O dermatologista Lamunier afirma que é um procedimento seguro, mas que algumas pessoas podem ter sangramento ou infecção, mas que essas complicações são simples de serem resolvidas.
Procurada pelo R7, a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, disse que não regulamenta o procedimento de implantação de biochips.

E a privacidade?

Um dos medos de ter um chip implantado pelo corpo é ser rastreado 24 horas por dia. Segundo o CEO da Project Company, isso não deve ser uma preocupação pelo simples fato de não ter um GPS no chip. Caso houvesse, ele não seria tão pequeno e nem duraria tanto tempo, já que necessitaria de uma bateria para funcionar.
O biochip não deve ser um obstáculo para pessoas fazerem exames de ressonância magnética ou para fazer um raio-x. Isso porque é compatível com esses aparelhos médicos. Além disso, a quantidade de metal no chip é menor do que de um implante dentário e não é suficiente para ser um problema em detectores de metais.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Marques

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