domingo, 1 de maio de 2016
Crise internacional e problemas internos são causas do desemprego no Brasil
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) projeta aumento em 2,4 milhões no número de desempregados nas economias emergentes em 2016. Steven Tobin, do Departamento de Pesquisa da OIT, explica que a deterioração do mercado de trabalho nesses países está ligada à redução do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país). Na América Latina e Caribe, a situação é considerada mais grave, com contração do PIB em 2015.
Particularmente no Brasil, Tobin cita a diminuição da demanda externa, em especial da China, e a queda nos preços das commodities (produtos primários com cotação internacional) como fatores que contribuíram para o aumento da taxa de desemprego. No entanto, diz ele, esse cenário acabou revelando fraquezas estruturais do país, como a baixa produtividade. Segundo o pesquisador, o Brasil teve “excessiva confiança” na exportação de commodities durante os anos de prosperidade.
Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a situação do país se torna mais difícil devido a uma crise fiscal. O governo tenta cortar despesas para equilibrar as contas públicas, afetadas por gastos elevados e também pela queda na arrecadação tributária causada pela recessão. Paralelamente, o Brasil vive uma crise política que impacta a economia e cujo episódio mais recente, a aprovação do pedido de abertura de um processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados, paralisa as ações que poderiam melhorar o cenário econômico.
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