Uma detenta grávida de 9 meses deu à luz dentro de uma solitária da penitenciária Talavera Bruce, no Complexo Penitenciário de Bangu, zona oeste do Rio. Segundo relatos, outras detentas gritaram pedindo ajuda mas não foram atendidas. A mãe saiu com o bebê nos braços e o cordão umbilical sem cortar. A Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) informou que estava na unidade individual por excesso de agressividade. Após o nascimento da criança e o atendimento em um hospital, a presa teria retornado ao isolamento.
A presa deve ser transferida para um hospital psiquiátrico. Em nota, a pasta informou que a mulher tem "crises de abstinência de drogas e sem consciência de que estava em trabalho de parto, acabou dando à luz dentro da cela". O bebê foi encaminhado para um abrigo, por decisão da 4ª Vara da Infância e da Juventude e do Conselho Tutelar, porque, segundo a Seap, a mãe tentou agredir o filho dentro do hospital.
Nesta segunda-feira (26), o juiz titular da VEP (Vara de Execuções Penais), Eduardo Oberg, determinou o afastamento provisório da diretora do presídio, Andreia Oliveira. A subdiretora da unidade também deverá ser afastada até ser apurada a responsabilidade pelo caso. Na decisão, Oberg também ordena a abertura de inquérito na Delegacia de Bangu (34ª DP) para investigar o caso. A Seap também deverá investigar o caso internamente. O juiz diz que o caso "é de uma indignidade humana inaceitável nos dias de hoje".
Andreia também teria omitido o fato para o juiz Richard Robert Fairclough, responsável por fiscalizar a unidade após a VEP receber a denúncia. Segundo Oberga, a VEP só soube do caso porque as presas que relataram como foram os acontecimentos no dia do parto.
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