As catastróficas chuvas do Nordeste de maio e junho deste ano se tornaram os primeiros extremos climáticos no Brasil a serem comprovadamente associados às emissões humanas de gases do efeito estufa, como desmatamento e queima de combustíveis fósseis.
Se não fossem as mudanças climáticas, o Nordeste, principalmente Pernambuco (PE), não teria sofrido uma das maiores tragédias de sua história.
Um estudo apresentado hoje pelo World Weather Attribution (WWA), um grupo de cientistas que investiga a relação das mudanças climáticas com eventos extremos, mostra que houve influência da atividade humana no aumento da intensidade da chuva.
Desenvolvido por 23 cientistas de instituições de Brasil, Holanda, Reino Unido, Estados Unidos e França, o novo estudo estima que o aquecimento do planeta — hoje 1,2 ºC mais quente — aumentou em 20% a intensidade da chuva que matou 133 pessoas e deixou mais de 25 mil pessoas desabrigadas em 80 municípios.
No Nordeste, começou a chover forte em 23 de maio em Pernambuco (PE), Alagoas (AL) e Paraíba (PB).
Em 25 de maio, a chuva já castigava Rio Grande do Norte (RN) e Sergipe (SE). O clímax ocorreu em 27 e 28 de maio, quando, em menos de 24 horas, Pernambuco (PE) recebeu 70% da chuva estimada para todo o mês de maio.
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