Foto: divulgação/WhatsApp
Após uma reportagem da agência de notícias ProPublica, dos Estados Unidos, levantar dúvidas sobre a criptografia usada pelo WhatsApp em casos de pessoas que infringem as regras, o aplicativo decidiu fazer mudanças na sua ferramenta de denúncia.
Agora, é possível denunciar mensagens específicas ao WhatsApp por infração às regras do aplicativo. Antes da atualização mais recente, só era possível denunciar pessoas ou grupos inteiros, incluindo as últimas cinco mensagens trocadas na conversa.
“Houve comentários de que, às vezes, os usuários desejam denunciar uma conta por mensagens que receberam anteriormente na conversa, e esta atualização permite que estas pessoas encaminhem as mensagens incômodas diretamente para o WhatsApp”, disse a empresa no anúncio da novidade.
Para denunciar uma mensagem isolada ou mais antiga, as pessoas agora podem simplesmente manter a mensagem pressionada até aparecer a opção “denunciar” e tocar nela. Fazendo isso, você ainda estará denunciando a pessoa, mas vai sinalizar aquela mensagem específica para que os moderadores olhem para ela com mais atenção.
A polêmica
Em setembro, a agência ProPublica revelou que o Facebook tem contratados, via uma empresa terceirizada, mais de mil “moderadores de conteúdo” para o WhatsApp, exatamente como em outras plataformas da empresa, como o próprio Facebook e o Instagram. O trabalho deles é revisar mensagens denunciadas pelos usuários.
Ao contrário do que a reportagem sugeria numa versão que foi posteriormente corrigida, esse trabalho de moderação não quebra a criptografia de ponta a ponta das mensagens.
Para que as conversas sejam lidas pelos moderadores, o próprio usuário precisa tomar a decisão de denunciar aquela conta ao WhatsApp e, com isso, concordar em enviar uma cópia de mensagens recentes para que os moderadores avaliem o caso.
Como funciona a denúncia
Quando você denunciava um contato no WhatsApp por ter quebrado as regras do aplicativo, as últimas cinco mensagens na conversa com aquela pessoa são enviadas de forma decifrada aos engenheiros e “moderadores” do WhatsApp.
Na sequência, uma inteligência artificial compara os dados não criptografados daquela conta com um banco de “atitudes suspeitas”, como envio em massa de mensagens para várias pessoas ao mesmo tempo, por exemplo.
Se rolar um “match”, um moderador do WhatsApp é alertado e pode escolher dar uma olhada nas mensagens ou não, e depois decidir se coloca o usuário denunciado sob vigia ou expulsa-o do aplicativo.
O WhatsApp, por sua vez, diz que esses funcionários não são moderadores como o do Instagram ou do Facebook porque eles não podem apagar mensagens remotamente.
“Embora não haja moderação de conteúdo no WhatsApp, as denúncias ajudam a combater abusos mais raros, mas muito mais extremos, como o compartilhamento de material de abuso sexual infantil. No ano passado, essas denúncias permitiram o encaminhamento de 400.000 referências ao Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas”, diz a empresa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário