É dia de festa em Cachoeiro de Itapemirim, com a bandinha da cidade tocando e crianças correndo pelas ruas. O trem vem vindo, apitando, e surge um menino na frente. Ao fundo, Roberto Carlos canta à capela a música “O divã”, com os versos “relembro bem a festa, o apito, e na multidão um grito, o sangue no linho branco, a paz de quem carregava, em seus braços quem chorava, e no céu ainda olhava”. É assim que Nelson Motta descreve como será a primeira cena da série de quatro episódios (o projeto inicial era de um filme) sobre a vida do Rei. Ele divide o roteiro com Patrícia Andrade, de “Dois filhos de Francisco”. Foram os dois que realizaram as várias entrevistas com o cantor, que serviram de base para a história.
“Fizemos várias entrevistas com ele, e ele foi ótimo. A tática era perfeita: ‘Roberto, a gente só vai botar no roteiro o que você contar. O que você não quiser, não conta, simplesmente’. Ele, surpreendentemente, se abriu bastante. Disse a ele que, para fazer o projeto, seria importante que o personagem fosse humanizado. Ele já virou uma entidade. O cara tem que ser corneado, o cara tem que sofrer, e ele topou tudo isso. Meu compromisso era fazer o primeiro tratamento. Patrícia fez outras versões e agora não falta mais nada. Falta só o OK dele mesmo”, contou Nelson em entrevista a Washington Olivetto no podcast W/ Cast.
Nelson Motta revelou também que Roberto Carlos não teve problema em falar do acidente e que ainda detalhou como foi sua infância depois, até conseguir uma prótese, aos 14 anos.
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