A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (22/2) em Natal, a Operação Designer Drug objetivando desarticular um grupo criminoso suspeito de tráfico interestadual e internacional de entorpecentes (cocaína, LSD, ecstasy, metanfetaminas etc.), além de novas drogas quimicamente modificadas para se tornarem “legais” no Brasil.
30 policiais federais estão cumprindo 10 mandados judiciais de busca e apreensão e 3 mandados de prisão (preventivas e temporárias) em diferentes regiões da capital potiguar.
As investigações foram iniciadas no ano de 2014, a partir de apreensões feitas pelos Correios de encomendas tratadas como “refugo”, expressão dada aos objetos postais que não tiveram seus destinatários encontrados e nem foram recebidos de volta pelos remetentes.
Ao serem submetidas ao aparelho de raios X, as encomendas revelavam conteúdo suspeito, possivelmente substância entorpecente. Em seguida, o material era encaminhado para a Superintendência da PF onde passava por análise da perícia, ficando comprovado se tratar de uma nova droga sintética conhecida no mercado internacional como “designer drug” ou “legal highs”, a qual apresentava estrutura química diferente das substâncias atualmente proibidas, embora com efeito fisiológico semelhante e potencialmente superior.
Numa outra etapa, o entorpecente era remetido para consumidores de outras cidades do Brasil através de encomendas postais que partiam de Natal/RN, sendo que no período da investigação cerca de 54 objetos suspeitos foram interceptados e analisados, caracterizando, assim, a materialidade do ilícito penal ora investigado.
Foi observado, também, que alguns dos objetos postais apresentavam conteúdo irrelevante, acreditando a PF que se tratava de um artifício utilizado pelo grupo criminoso, com a utilização de “iscas”, para saber se as encomendas chegavam ao seu destino ou estavam sendo retidas pelos Correios, o que levou ao aprofundamento das investigações visando localizar e identificar os brasileiros e estrangeiros responsáveis por essa nova modalidade delituosa.
Durante o trabalho da perícia, a PF constatou, ainda, que os insumos químicos para a fabricação das drogas vinham do exterior, especialmente da China e da Alemanha, sendo aqui misturados a outros componentes e resultando nas drogas sintéticas ilícitas. O nome da operação é uma alusão às novas drogas sintéticas que possuem o mesmo efeito fisiológico dos entorpecentes proscritos no Brasil, mas que, por sua estrutura química diversa, constituem um outro tipo de substância não prevista na Portaria n.º 344/98 da ANVISA.
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