Chanceler do governo de Michel Temer, o tucano Aloysio Nunes diz que o PSDB não é Madame Bovary para trair. Prestes a ter um pedido de prisão julgado pelo Supremo Tribunal Federal, o senador afastado Aécio Neves também opera nos bastidores para que os tucanos continuem abraçados ao mais impopular governo da história do Brasil, que conquistou o poder por meio de um golpe parlamentar e produziu o maior desemprego já visto no país.
Na base do partido, no entanto, o sentimento é de revolta. Nesta sexta-feira, o diretório paulista do PSDB, liderado por Pedro Tobias, aderiu ao Fora Temer. "A maioria da base em São Paulo apoia o rompimento total da relação com o governo Temer. Vou pra Brasília dizer isso na segunda-feira. Defenderei a tese de São Paulo, que é pela saída total", diz ele.
Esse movimento já tinha o apoio do diretório fluminense, comandado por Otávio Leite. "O fato é que, diante das revelações provenientes da delação da JBS, entendemos que o presidente da república não dispõe de condições políticas e éticas para dissipar a grave instabilidade que impera no país e prosseguir liderando o processo de reformas que tanto necessitamos", afirma.
Os dois sabem que Temer representa hoje o beijo da morte, apesar de ter sido absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral nesta sexta-feira 9. Diante disso, a questão óbvia: por que o PSDB nacional, comandado por Tasso Jereissati, ainda não desembarcou?
Eis a resposta: porque sofre a pressão de políticos investigados por corrupção, como Aécio Neves e Aloysio Nunes. Na segunda-feira, os tucanos decidirão se ficam com sua base ou com seus investigados.
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