sexta-feira, 30 de junho de 2017

Dia de protestos no Brasil se limita a ação de pequenos grupos bloqueando trânsito nas principais capitais



Manifestante enfrenta a Polícia Militar no Centro de São Paulo. Foto: Nacho Doce/Reuters
A terceira greve geral, nesta sexta-feira (30), convocada pelas centrais sindicais contra as reformas propostas pelo Governo Federal e em debate no Congresso Nacional não provocou o mesmo impacto das demais. Com o transporte público funcionando nas principais capitais, o impacto nas cidades ficou restrito a pequenos grupos que fecharam ruas e rodovias.
Em São Paulo, a paralização não conta com a participação dos funcionários do metrô, CPTM e ônibus, que iniciaram as operações normalmente. Ainda que não tenham aderido à greve, os trabalhadores do transporte público paulistano reiteraram ser contrários às reformas.
Na manhã, o principal ponto de protesto em São Paulo era a Avenida Washington Luís, na altura do aeroporto de Congonhas. A manifestação, organizada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores sem-teto), chegou a atrapalhar o trânsito, mas, após negociação com a polícia, os participantes concordaram em sair das pistas e passaram a protestar dentro do aeroporto. No cruzamento entre as avenidas Ipiranga e São João, trabalhadores sem-teto que moram na região bloquearam o trânsito, mas a polícia interveio e ao menos dois manifestantes foram presos.
A Rodovia Anchieta também foi bloqueada no sentido São Paulo, na divisa entre São Bernardo do Campo e a capital, mas já foi liberada. A Frente Brasil Popular afirmou que participam deste protesto eram metalúrgicos e outros trabalhadores do ABC paulista.
Em Guarulhos (SP), um grupo bloqueou a Rodovia Hélio Smidt, que leva até o aeroporto de Cumbica, mas, após acordo com a Polícia Militar, foi mantido uma faixa para passagem dos carros. O trânsito ficou lento, mas os voos não foram afetados, conforme a Infraero.

A primeira manifestação no País foi registrada em Niterói (RJ), na Praça Arariboia, em frente à Estação das Barcas. A concessionária CCR informou que, mais cedo, cerca de cem pessoas protestavam pacificamente e que funcionários conseguiam acessar o terminal normalmente. Ainda assim, os aquaviários anunciaram que aderiram à greve geral e saíram em passeata pelas ruas da cidade.
Rio de Janeiro (RJ)
Na capital fluminense, o Centro de Operações da Prefeitura relatou bloqueio do fluxo de veículos, interditado com barricadas e fogo na pista, na Avenida Brasil, saída da ponte Rio-Niterói e na Linha Vermelha, sentido Centro.
Ainda, manifestantes tentaram bloquear a Avenida Rodrigues Alves no centro, em frente à Rodoviária Novo Rio, de onde partem ônibus intermunicipais e interestaduais. Um grupo contrário às reformas trabalhista e previdenciária está concentrado nas pistas sentido centro, com o objetivo de impedir a passagem de carros e ônibus, e são coibidos pela Guarda Municipal.
O aeroporto Santos Dumont, por onde circulam voos domésticos, opera normalmente nesta sexta-feira. Mais cedo, houve um protesto de 15 manifestantes no saguão, que gritavam palavras de ordem contra o presidente Michel Temer.
Brasília (DF)
Em Brasília, o metrô e a maioria dos ônibus ficaram fora de operação, além de bancários e professores. Sem transporte, donos de vans piratas tentavam lucrar. Conforme a PM da capital federal, manifestantes estão concentrados na Esplanada dos Ministérios. A Praça dos Três poderes amanheceu fechada pela Polícia.
Belo Horizonte (MG)
Usuários do metrô de Belo Horizonte que tentaram acessar o sistema reclamaram da paralisação dos trens na capital.
Porto Alegre (RS)
Em Porto Alegre, o transporte público voltou a operar normalmente, segundo a EPTC (Empresa Pública de Transportes e Circulação). Houve paralisação apenas no início do dia dos trens da Trensurb e parte dos ônibus, devido ao bloqueio de garagens por protesto. A Brigada Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para liberar a saída dos coletivos.
Salvador (BA)
A Avenida Antonio Carlos Magalhães concentrou protesto de rodoviários, apesar de os ônibus coletivos terem saídos da garagem logo cedo. Houve bloqueio de vias também nas imediações do Polo Petroquímico de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador.
Florianópolis (SC)
Houve protestos em rodovias, com direito a barricadas de pneus queimados. Mas os atos foram dispersados pela Polícia, que usou bombas de efeito moral e gás de pimenta. Na BR 282, houve bloqueio por uma hora. Depois, um grupo de 50 pessoas seguiu em direção à ponte Pedro Ivo, que liga a ilha ao continente.
Fortaleza (CE)
Sindicalistas fizeram um ato pacífico na Praça da Bandeira, com bonecos e marchinhas de Carnaval. A polícia acompanhou a manifestação.
Campinas (SP)
Manifestantes bloquearam a rodovia Santos Dumont (SP-79). Grupos ligados a centrais sindicais fizeram uma barricada de madeira na altura do Parque Oziel a atearam fogo. O local ficou bloqueado cerca de uma hora. O trânsito foi liberado após intervenção das polícias militar e rodoviária, com apoio do Corpo de Bombeiros. Protestos causaram bloqueios também nas avenidas John Boyd e Ruy Rodrigues, na área urbana.
Sorocaba (SP)
A greve geral paralisou totalmente o transporte coletivo em Sorocaba e cidades da região. Em Sorocaba, além do transporte coletivo urbano, com paralisação total, os ônibus intermunicipais também suspenderam as viagens. O terminal rodoviário interurbano ficou totalmente vazio. O topógrafo Eliseu Conrado, que seguiria viagem para Itararé, chegou no terminal às 6h com passagem comprada para embarcar às 6h30. “Não sei o que fazer, estão dizendo que voltam ao meio-dia”, disse.
Também aderiram à paralisação os ônibus que levam trabalhadores para o distrito industrial. O início de turno atrasou em várias indústrias. A paralisação atingiu também o transporte coletivo em Itapetininga e Tatuí.
Jundiaí (SP)
Em Jundiaí, manifestantes bloquearam durante 40 minutos a marginal da rodovia Anhanguera. Houve congestionamento. A Polícia Militar negociou a liberação da via com manifestantes.

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