Com a solidez que marcou toda a campanha no saibro parisiense neste ano, o espanhol Rafael Nadal venceu o suíço Stan Wawrinka neste domingo por 3 sets a 0, com parciais de 6-2, 6-3 e 6-1, em 2h05 de partida, e conquistou o décimo título de Roland Garros na carreira.
Foi a melhor campanha do agora decacampeão em toda a história do Grand Slam francês. Nadal não perdeu sets e deixou escapar apenas 35 games – contou com a desistência do compatriota Pablo Carreño Busta no segundo set das quartas de final – e superou o próprio desempenho de 2008, quando foi derrotado em 41.
Arrasador na gira de saibro, em que triunfou também nos Masters 1000 de Monte Carlo e Madri e no ATP 500 de Roma, o espanhol chegou ao 15º título de ‘major’ e superou o americano Pete Sampras, ficando atrás apenas do suíço Roger Federer, que o derrotou na decisão do Aberto da Austrália, em fevereiro, e tem 18 conquistas.
Além disso, o ‘Touro Miúra’ se tornou o primeiro tenista a vencer o mesmo Slam dez vezes, recorde que antes dividia com a tcheca naturalizada americana Martina Navratilova, eneacampeã de Wimbledon.
Wawrinka, por sua vez, disputou a final de um dos quatro principais torneios do circuito pela quarta vez e sofreu seu primeiro revés. O suíço levou a melhor no Aberto da Austrália de 2014, justamente sobre Nadal, em Roland Garros em 2015 e no US Open do ano passado.
Antes da partida, o brasileiro Gustavo Kuerten foi homenageado e recebeu o anel de ouro do Hall da Fama do tênis, 20 anos depois do primeiro de seus três títulos no Aberto da França. Guga ficou envolto em um coração desenhado com bolinhas, lembrando um gesto que ele fez em 2001 após uma partida, e foi bastante aplaudido.
“O tênis contribuiu muito na construção dos meus valores. Só tenho palavras de agradecimento”, disse Guga, que ainda anunciou apoio à candidatura de Paris para sediar os Jogos Olímpicos de 2024.
O tricampeão não foi a única presença ilustre na final. Estiveram na quadra Philippe Chatrier, a principal do complexo de Roland Garros, o rei Juan Carlos, da Espanha, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a atriz Nicole Kidman, que carregou o troféu, o ex-tenista Manolo Santana e o jogador de basquete Pau Gasol, amigo de Nadal, entre outros.
A partida foi equilibrada apenas na primeira metade do primeiro set. Nadal enfrentou um break point no terceiro game, que poderia ter mudado a história da partida, mas salvou sacando bem.
O game seguinte, de serviço de Wawrinka, teve seis igualdades, com quatro chances para o espanhol. ‘Stanimal’ até se salvou, mas dois games depois não conseguiu evitar que o adversário abrisse 4-2.
Foi o começo da derrocada do campeão de 2015, cujas expressões faciais demonstravam a falta de perspectivas no jogo. Nadal, muito sólido da linha de base e voleando bem quando exigido, emplacou uma sequência de três quebras de saque, fechando o primeiro set em 6-2 e já saindo à frente em 3-0 no segundo.
Quanto mais forte Stan tentava bater na bola, mais acelerada ela voltava. Com o forehand calibrado e firme no backhand, que costuma ser seu ponto fraco, o ‘Touro Miúra’ não deu brechas para uma reação na segunda parcial e a venceu por 6-3.
O terceiro set já começou com o espanhol aproveitando um break point. Uma pequena porta se abriu no quarto game, em que Nadal serviu em 0-30, mas o ‘Rei do Saibro’ tratou de fechá-la com dois lindos inside outs próximos à linha e um erro de Wawrinka ao tentar a passada.
O suíço então acelerou a própria sentença. No melhor estilo “kamikaze”, ‘Stan The Man’ até fez alguns pontos bonitos e chamou a torcida, mas errou ainda mais. Sem relaxar até o último ponto, Nadal fechou a partida no serviço do adversário, que encerrou a final com uma deixada mal feita.
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