Criada nos anos 1960, a pílula anticoncepcional causou uma revolução na maneira como mulheres encaravam o sexo e seu papel na sociedade. Com o medicamento, elas passaram a poder controlar a ovulação e separar sexo de reprodução. Por ano, milhões de mulheres no mundo usam a pílula como principal método contraceptivo. Pois essa poderosa aliada pode ser, também, um inimigo silencioso. É o que têm demonstrado alguns estudos, como uma recente pesquisa realizada pela Universidade de Copenhaguen, na Dinamarca, e publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA) Psychiatry.
Por mais de 13 anos, os pesquisadores acompanharam milhões de mulheres e garotas entre 15 e 34 anos. A conclusão foi de que mulheres que tomam pílula têm mais chances de desenvolver depressão do que as que não usam o medicamento. Meninas adolescentes foram o grupo de maior risco: entre 15 e 19 anos, aquelas que utilizavam a pílula com dois hormônios tinham 80% de chance de precisar consumir antidepressivos. “Mudanças no humor têm sido um grande motivo para mulheres deixarem de tomar as pílulas”, disse um dos autores do estudo, Dr. Ovjind Lidegaard, em comunicado da universidade.
Os pesquisadores explicaram que a pílula talvez não seja a causadora direta da doença, mas acreditam que exista, sim, uma ligação entre o medicamento e a depressão.
Esse foi o caso da britânica Holly Grigg-Spall’s . Ela conta que, por dez anos sofreu de depressão e ansiedade, sem ligar a sua doença ao uso dos anticoncepcionais. “Sofria de depressão, paranoia, acordava diversas vezes na noite para ver se meu namorado estava vivo”, contou em entrevista ao site britânico Mail Online.
Holly disse que, hoje, anos depois de abandonar o anticoncepcional, sente-se bem melhor. “Mina mente clareou”, diz. Mas, antes que milhares de mulheres se desesperem é sempre bom lembrar que cada corpo é um corpo e que, na dúvida, a dica é sempre procurar um médico.
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