Seu gatinho é esperto, brincalhão, adora dar umas voltas pelos gramados e volta com as patinhas sujas de terra. Até aí, tudo lindo e muito fofo! Mas no solo pode conter um fungo que causa uma doença no gato – e pode passar para os humanos – chamada Esporotricose.
O nome é um pouco complicado, algumas pessoas chamam apenas de doença do gato, mas a Es-po-ro-tri-co-se é uma micose causada pelo fungo Sporothrix sp, e vem ganhando destaque nas últimas semanas, já que o Rio de janeiro vive uma epidemia. Em 2016, foram atendidos 13.536 casos contra apenas 3.253 em 2015.
Ao todo, 580 casos em seres humanos. Em pessoas, a infecção tem cura, mas pode provocar lesões gravíssimas na pele. Já nos gatos, a micose pode ter cura, entretanto em muitos casos os donos só se atentam ao problema quando a doença está em estágio avançado.
A Secretaria de Saúde do Espírito Santo foi contactada e afirmou que ainda não há registros da doença no Espírito Santo.
A equipe Lifepet conversou com a dermatologista Manoela Sarmento, do Hospital metropolitano, sobre o assunto:
1 – A Esporotricose é uma zoonose transmita pelos gatos e que já é epidemia no Rio de Janeiro. Quais os cuidados que quem tem gato deve ter?
Manoela: A limpeza cuidadosa da casa e dos ambientes utilizados pelo animal contribui para diminuir a quantidade de fungos e, consequentemente, a contaminação de pessoas. Quem tem animal doente deve leva-lo para tratamento o quanto antes. Trabalhei há alguns anos no Rio de Janeiro e já haviam muitos casos de esporotricose, e o que a gente percebia é que as pessoas soltavam os animais doentes ou matavam o animal e enterravam no solo. Além da prática ser cruel, o animal enterrado contamina ainda mais o solo. . Os animais mortos devem ser incinerados para evitar que o fungo se disperse pelo solo.
2 – Como os humanos podem contrair essa micose?
Manoela: Através de arranhadura do gato ou por mordidas do bichano que estiver infectado. Cachorros e ratos também podem contrair e infectar humanos, mas é numa proporção muito menor.
3 – Qual tratamento para quem contrai essa micose?
Manoela: Geralmente, pessoas e animais são tratadas com um antifúngico chamado itraconazol, sempre com orientação e acompanhamento de um médico e de um veterinário. O tratamento pode ser demorado, pois é lento o combate total do fungo. Também vai depender da imunidade do indivíduo que contraí, mas apesar disso, o tratamento tem boa eficácia.
4 – Mesmo com nenhum caso registrado no pela Secretaria de Sáude do ES, devemos ter cuidado?
Manoela: Sim, muito cuidado. O Rio de Janeiro é aqui do lado, hoje é cada vez mais comum os animais viajarem com os donos, então não estamos protegidos. Aqui no Esp
5 – De uma maneira geral, para quem tem pets, qual é o seu conselho de higiene para uma relação harmoniosa entre humanos e animais?
Manoela: Cuidar dos animais e manter hábitos de higiene para evitar que eles contraiam quaisquer doenças é sempre importante. Caso isso aconteça mesmo assim, é essencial buscar tratamento quanto antes. Outras precauções necessárias são o uso de luvas e a lavagem rigorosa das mãos sempre que o animal for tocado.
GATOS
– Contraem os fungos em contato com areia contaminada e materiais orgânicos como palhas, folhas e cascos de árvores.
– A micose causa feridas profundas na pele, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente.
– Qualquer machucado existente, levar o gato o mais rápido possível a um médico veterinário.
Prevenção
– Castrar gatos para que eles não fujam e tenham contato com terra contaminada.
– Evitar usar caixas de areia com terra de rua, e sim areia higiênica compradas em mercado.
HUMANOS
– Contraem a doença quando o gato com unhas contaminadas arranha a pele do dono.
– Existe cura, entretanto a doença tem tratamento e caro e demorado.
Prevenção
– Pessoas que forem mexer com areia é indicado utilizar luvas
– Quem tem gatos, não deixá-los sair e ter contato com a terra em lugares desconhecidos.
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