“O corpo ainda nem esfriou, e a Globo já colocou na rua uma campanha pró-Moro no STF para a vaga deixada por Teori Zavascki. Essa precipitação quase profanatória, visto que mal se deram as homenagens póstumas ao ministro do STF recém falecido, é uma ótima notícia para o governo Temer”, Como a decisão cabe ao presidente da república, para conseguir a nomeação a Globo terá que arrefecer o bombardeio com que cerca o governo Temer nos últimos meses. Para quem não lembra, em meados de outubro a mídia, em especial a Globo, colocou no centro da cena oito nomes do PMDB, incluindo líderes, dirigentes e ministros de Temer (Picciani, Geddel, Moreira, Jucá, Cabral, Cunha, Sarney e Lobão). De lá para cá, a pressão só fez crescer.
Agora caberá a Temer nomear o novo ministro do STF. E se a Globo quer emplacar Sérgio Moro na cadeira de Teori, será preciso negociar uma trégua com Temer e pegar leve nas críticas e, sobretudo, na divulgação de notícias negativas (Leia-se: denúncias, inquéritos, suspeitas, acusações) contra o presidente golpista.
Na manchete estampada no G1, a empresa procura vender a candidatura do juiz da Lava Jato como iniciativa do Judiciário. É o que diz o título: Juízes federais defendem nomeação de Moro para vaga de Teori no STF.
Segundo a matéria papa-defunto, “Um dia depois da morte do ministro Teori Zavascki em um acidente aéreo, uma corrente de juízes federais já defende que o presidente Michel Temer indique o juiz Sérgio Moro – responsável pela Lava Jato na primeira instância – para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF)”.
Mas é fácil constatqar ue isso é uma farsa. Na verdade quem, “um dia depois da morte” de Teori defende a nomeação de Moro é a própria Globo.
O primeiro indício, é que faltam instituições representativas do Judiciário defendendo o nome de Moro. Das direções atuais da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) e da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), só o presidente desta última, Roberto Veloso, foi ouvido e não se posicionou positivamente em favor de Moro, mas desconversou. Segundo ele
“O momento ainda é de muita consternação, muita dor e muito sentimento. Porque o ministro Teori era muito ligado à Justiça Federal. Foi desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (que atende RS, PR e SC), foi ministro do Superior Tribunal de Justiça, depois foi para o Supremo. Tudo isso, para nós um choque muito grande”.
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