quinta-feira, 16 de junho de 2022

Taxa de zika do RN é a maior do País e a de dengue é a maior do Nordeste

Sesap tem estimulado mutirões e medidas para conter arboviroses. Pneus abandonados são os maiores vetores atualmente. Foto: Adriano Abreu

O atual momento de aumento de casos de arboviroses em todo o Brasil colocou o Rio Grande do Norte com a maior taxa de prováveis casos de dengue por 100 mil habitantes do Nordeste e a maior taxa de casos de zika no Brasil. Os dados constam no Boletim Epidemiológico 22, divulgado pelo Ministério da Saúde, no período que corresponde às datas de 02/01/2022 a 04/06/2022. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) tem intensificado a capacitação e orientação junto aos municípios, além de atuar com carros fumacês para cidades em transmissão estado mais avançado.

Segundo os dados do Ministério da Saúde, no período analisado, o Estado registrou 21.819 casos, uma taxa de 612,7/100 mil habitantes. Nos números absolutos no Nordeste, o RN ficou atrás apenas de Bahia e Ceará. Quando se observa a taxa, o Estado fica na primeira posição. Piauí (393,6), Alagoas (310,8) e Ceará (300,1) aparecem na sequência. Já com relação ao Zika vírus, a taxa do RN foi a maior do Brasil, com 47,7 casos para 100 mil habitantes. O total de casos foi de 1.698.  
De acordo com Sílvia Dinara do Nascimento Alves, coordenadora do programa estadual de arboviroses da Sesap, o aumento de casos no Estado pode ser explicado por vários fatores, entre eles a busca na procura dos usuários nas unidades de saúde, antes confinados em razão da pandemia de covid 19. Aliado a isso, ela explica que, com a circulação de vários tipos de mosquitos e variantes do vírus, a probabilidade de aumento na transmissão cresce. 
“A gente sabe que as epidemias de arboviroses acontecem em períodos de três em três anos, porque sabemos que não existe vacina e muitos não têm imunidade. A dengue tem quatro sorotipos circulantes, que ficam mudando. Tem período que a circulação maior é de um, de outro, então as pessoas que estão imunes àquele sorotipo, elas estão prováveis de estarem adoecendo por outro sorotipo. Hoje temos a circulação do 1, 2 e 3. Então a probabilidade das pessoas estarem adoecendo por terem mais vírus circulando é muito maior, e pela presença do mosquito em todos os municípios. Esse aumento também se dá em virtude da pandemia, porque as pessoas não procuravam os serviços com medo da covid. Eram casos não notificados. Esse nível de epidemia é nacional”, comenta Dinara Alves.

Nenhum comentário:

Postar um comentário