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O deputado federal Rafael Motta, pré-candidato do PSB ao Senado, ainda espera receber o apoio do PT na disputa eleitoral. Em entrevista ao Jornal de Fato publicada neste fim de semana, o deputado disse que a decisão do PT de apoiar Carlos Eduardo Alves (PDT) para senador ocorreu de maneira “atabalhoada” e que ainda pode sofrer mudanças.
“A posição aprovada no encontro tático do PT foi antes da decisão do TSE, baseada no entendimento anterior que era a possibilidade de alianças no campo majoritário. Agora, temos um fato novo. Eu imagino que vai haver uma apreciação, o próprio PT falou que vai se debruçar sobre a decisão do TSE para se pronunciar sobre o assunto. Então, muita coisa ainda pode acontecer”, afirmou o deputado.
Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que partidos não podem ter coligações diferentes para Governo do Estado e Senado. Com isso, o PT terá de decidir se terá PDT ou PSB no palanque da governadora Fátima Bezerra (PT), já que os dois partidos têm pré-candidaturas diferentes ao Senado. Rafael diz que a pré-candidatura segue mantida mesmo após a decisão do TSE.
“Eu acho que a aliança com Carlos Eduardo foi feita de uma forma atabalhoada, com certa pressa, com certa urgência, que não era necessária, inclusive, tenho certeza que não é uma vontade majoritária do PT. A militância do PT não se sente confortável com o que foi feito. A gente respeita, obviamente, mas acreditamos que ainda é possível mudar o que foi encaminhado no encontro do PT, principalmente agora com o fato novo que é a decisão do TSE. E, mais uma vez, volto a dizer que acredito ser possível replicar no Estado a aliança nacional do PT com PSB”, enfatizou Rafael.
Rafael Motta acrescenta que o PSB pode ter um peso significativo para a chapa da governadora Fátima Bezerra. “O PSB tem uma aliança nacional com o PT, com a indicação de Geraldo Alckmin para vice de Lula. Essa aliança pode ser replicada no Rio Grande do Norte. É importante que a gente abranja realmente o arco de aliança, fortalece o projeto de mudar o Brasil. O PSB tem um papel muito importante, o nosso partido, inclusive, soma com questão como o tempo de propaganda no rádio e na televisão, e tudo isso deve ser levado em consideração. O nosso apoio à reeleição da governadora Fátima é incondicional, estamos inseridos nesse projeto, então, a nossa pré-candidatura a senador faz parte desse contexto, dentro da aliança nacional do PT e PSB”, destaca.
Ao Jornal de Fato, o deputado comparou Carlos Eduardo a Rogério Marinho (PL) e disse que os dois têm como característica serem adversários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no plano nacional.
“As duas candidaturas tradicionais têm características bem clara. Um representa o bolsonarismo. Quando ele (Rogério Marinho) foi nomeado ministro, já pisou como pré-candidato a senador. Ele trabalhou essa candidatura desde o primeiro momento. É claro que é importante trazer recursos para o nosso estado, mas o ideal é que não seja feito de um tom eleitoreiro como ele fez. Já o outro (Carlos Eduardo) muda de lado conforme a conveniência. Ele estava em Fortaleza (CE) com Ciro Gomes (presidenciável do PDT), onde disse que o palanque de Ciro está garantido no RN através da sua de sua pré-candidatura ao Senado. Eu acho que só quem vence o bolsonarismo é quem nunca foi bolsonarista e quem nunca se rendeu a ele. Desde 2018, quem vem fazendo o enfrentamento ao bolsonarismo em Brasília somos nós como deputado federal. Portanto, do meu ponto de vista, a nossa pré-candidatura não ajuda ao candidato de Bolsonaro no RN; a nossa candidatura atrapalha, realmente, àqueles que prejudicam o trabalhador brasileiro. Acredito que a população quer uma representação coerente, uma representação em defesa dos trabalhadores, e isso o eleitor não encontra em Carlos Eduardo, que é do PDT adversário de Lula, nem em Rogério Marinho, que é o representante do bolsonarismo no estado”, afirma Rafael.
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