Uma equipe de pesquisadores do CSIC (Conselho Superior de Pesquisa Científica) da Espanha conseguiu criar um nanomaterial capaz de eliminar o coronavírus, que poderia ser usado em máscaras, tecidos, puxadores ou corrimãos.
O novo nanomaterial é composto por nanopartículas de cobre, que inibe as proteínas do novo coronavírus, causador da covid-19, e bloqueia sua disseminação.
O material já foi protegido por patente e seria aplicável no revestimento de máscaras cirúrgicas, em tecidos de proteção para uso hospitalar e no revestimento de superfícies de contato, como grades ou maçanetas do transporte público, conforme informou nesta segunda-feira (15) o CSIC. Os pesquisadores estão estudando seu desenvolvimento industrial para trazê-lo ao mercado.
“A nova tecnologia consiste em nanopartículas que interagem com as proteínas do coronavírus, modificando-as por um mecanismo de oxidação e bloqueando sua capacidade de infectar células humanas”, explica o pesquisador José Miguel Palomo, que lidera o desenvolvimento no centro de pesquisa.
Esse novo material é muito eficiente na inibição das proteínas funcionais do vírus, principalmente a “3CLpro protease” (que intervém no processo de replicação do vírus) e a spike protein (proteína espinho, que permite a entrada do vírus nas células humanas), como demonstrado pela equipe de Palomo, em colaboração com os pesquisadores Olga Abian e Adrián Velázquez, do Instituto de Pesquisa em Saúde de Aragón (IIS Aragón), do Instituto Aragonês de Ciências da Saúde (IACS) e da Universidade de Zaragoza (Nordeste da Espanha).
A elevada eficácia deste nanomaterial se deve ao fato de o componente ativo ser nanopartículas de cobre muito pequenas, o que aumenta a eficiência, por ser constituído de espécies de cobre com um único estado de oxidação. Isso permite obter uma alta atividade biológica, que não foi observada até agora com outros compostos, de acordo com os pesquisadores.
Os cientistas confirmaram que esses nanomateriais podem ser usados como aditivos de revestimento em várias superfícies. O material já foi testado para forro de máscaras cirúrgicas feitas com tecido de algodão ou polipropileno.
“Isso é de grande interesse, pois permitiria ter um novo tipo de máscaras eficazes com inativação direta contra SARS-CoV-2, além de prevenir a transmissão por barreira mecânica [filtração], e permitiria ter materiais têxteis para proteção em ambiente hospitalar”, detalham os pesquisadores.
O novo material também tem sido aplicado com sucesso em materiais metálicos (aço e ferro), podendo ser utilizado como revestimento de superfícies de contato, tanto de corrimão quanto de maçaneta, para uso, por exemplo, no setor de transporte público.
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